NarcotrĂ¡fico aproveita a vigilĂ¢ncia fraca na AmazĂ´nia para crescer
Facções criminosas tem ampliado atuaĂ§Ă£o na regiĂ£o cometendo crimes ambientais e expandindo lucro

Publicado em: 17/06/2022 Ă s 18:45 | Atualizado em: 21/06/2022 Ă s 11:38
A reduĂ§Ă£o na fiscalizaĂ§Ă£o ambiental e em terras indĂgenas por Ă³rgĂ£os federais na AmazĂ´nia impulsionou facções criminosas a ampliarem sua atuaĂ§Ă£o, coligando-se a outras modalidades de crime e expandido lucros na regiĂ£o.
Entidades e pesquisadores veem o crime organizado usar cada vez mais os rios que cortam terras indĂgenas para circularem sem serem incomodados na regiĂ£o.
A conhecida rota Solimões (chamada assim em razĂ£o do rio) —disputada e usada por PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e FDN (FamĂlia do Norte)— Ă© hoje o principal corredor de transporte de drogas da AmazĂ´nia (principalmente da cocaĂna da BolĂvia e Peru) para o lado leste brasileiro.
Para Aiala Colares Couto, professor e pesquisador da Uepa (Universidade do Estado do ParĂ¡), a novidade Ă© que o loteamento de cargos em Ă³rgĂ£os como o Ibama, ICMBio, Funai e PolĂcia Federal na regiĂ£o “contribuiu com o crime organizado porque fragilizou o serviço de fiscalizaĂ§Ă£o no combate a todo tipo de crime”.
Com essa facilidade, Couto diz que as facções tambĂ©m começaram a se aliar com grupos que jĂ¡ atuavam retirando recursos da AmazĂ´nia ilegalmente.
Integrante do FĂ³rum Brasileiro de Segurança PĂºblica, ele montou um mapa mostrando como a droga circula pelos rios da AmazĂ´nia atĂ© chegar a mercados consumidores.
“O crime organizado conseguiu compreender esse cenĂ¡rio de fragilidade e promoveu articulações multi-institucionais em atuações que envolvem trĂ¡fico de drogas, armas, pesca, garimpo ilegal, biopirataria, que torna [o crime] muito mais rentĂ¡vel e eficaz com fluidez,” diz Aiala Couto, professor da Uepa.
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Foto: SSP/AM