A redução na fiscalização ambiental e em terras indígenas por órgãos federais na Amazônia impulsionou facções criminosas a ampliarem sua atuação, coligando-se a outras modalidades de crime e expandido lucros na região.
Entidades e pesquisadores veem o crime organizado usar cada vez mais os rios que cortam terras indígenas para circularem sem serem incomodados na região.
A conhecida rota Solimões (chamada assim em razão do rio) —disputada e usada por PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e FDN (Família do Norte)— é hoje o principal corredor de transporte de drogas da Amazônia (principalmente da cocaína da Bolívia e Peru) para o lado leste brasileiro.
Para Aiala Colares Couto, professor e pesquisador da Uepa (Universidade do Estado do Pará), a novidade é que o loteamento de cargos em órgãos como o Ibama, ICMBio, Funai e Polícia Federal na região “contribuiu com o crime organizado porque fragilizou o serviço de fiscalização no combate a todo tipo de crime”.
Com essa facilidade, Couto diz que as facções também começaram a se aliar com grupos que já atuavam retirando recursos da Amazônia ilegalmente.
Integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ele montou um mapa mostrando como a droga circula pelos rios da Amazônia até chegar a mercados consumidores.
“O crime organizado conseguiu compreender esse cenário de fragilidade e promoveu articulações multi-institucionais em atuações que envolvem tráfico de drogas, armas, pesca, garimpo ilegal, biopirataria, que torna [o crime] muito mais rentável e eficaz com fluidez,” diz Aiala Couto, professor da Uepa.
Leia mais no UOL
Leia mais
Foto: SSP/AM