Rio Negro desce 73 cm em 19 dias de julho, sinal de seca severa
Manaus e outras regiões enfrentam descidas significativas, afetando a logística e a vida local.

Diamantino Junior
Publicado em: 21/07/2024 às 17:16 | Atualizado em: 22/07/2024 às 09:26
O rio Negro, em Manaus, registrou uma descida de 73 centímetros nos primeiros 19 dias de julho, segundo dados do Porto da capital, que monitora o ritmo de descida das águas. Na sexta-feira (19/7), o nível do rio estava em 26,07 metros.
A previsão para 2024 indica uma seca severa, possivelmente nos mesmos moldes ou até pior que a do ano passado, quando o Negro atingiu o nível mais baixo dos últimos 120 anos.
Esse cenário crítico colocou Manaus em estado de emergência, fechou escolas na zona rural e alterou a paisagem de importantes pontos turísticos da capital.
A última vez que as águas desceram foi em 16 de novembro do ano passado.
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Desde então, o rio Negro manteve um ritmo lento, mas constante de subida.
Contudo, a partir de 17 de junho, o rio parou de encher, permanecendo estável por seis dias. No dia 23 de junho, as águas começaram a descer novamente.
Em julho, o rio desceu uma média de 3,8 centímetros por dia.
Apenas na sexta-feira (19), as águas baixaram sete centímetros, a maior descida registrada até agora.
Esse cenário de descida acentuada das águas não é exclusivo de Manaus.
Itacoatiara, Tabatinga e Coari enfrentam a mesma situação crítica.
Na Velha Serpa, de acordo com o boletim da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa Manaus), o rio Amazonas desceu 45 centímetros desde 12 de julho até este domingo (21/7).
Em Tabatinga, o rio Solimões já desceu quase um metro desde o dia 12 de julho, quando as águas estavam em 5,84 metros. Neste domingo, o nível do rio mede 4,88 metros.
Em Coari, a situação é igualmente preocupante.
Desde 12 de junho até este domingo, o Solimões já vazou 82 centímetros e continua a descer em ritmo acelerado.
A descida das águas nesses rios representa um desafio significativo para as comunidades ribeirinhas e para a logística regional, afetando o transporte, a pesca e o abastecimento de água.
A seca prevista para 2024 levanta preocupações sobre a capacidade das autoridades locais em mitigar os impactos negativos e implementar medidas eficazes para proteger a população e a economia regional. A gestão da crise hídrica será crucial para enfrentar os desafios impostos pela descida dos rios e pela iminente seca severa.
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Foto: Ronaldo Siqueira/Especial para o BNC Amazonas