Ocupação indígena do Amazonas passa de 2 mil anos, diz estudo

Durante a coleta, retirou-se uma quantidade significativa de objetos, especialmente de fragmentos de cerâmica e material lítico.

Ocupação indígena do Amazonas passa de 2 mil anos, diz estudo

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 25/01/2023 às 18:24 | Atualizado em: 26/01/2023 às 11:15

A presença indígena na região do município de São Gabriel da Cachoeira (distante 852 quilômetros de Manaus) existe há pelo menos 2 mil anos..

É o que revela, portanto, estudo feito por meio de escavações que resultaram em fragmentos arqueológicos.

Desse modo, o trabalho contou com a participação de alunos do curso de Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Além disso, a coordenação foi do Programa Arqueológico Intercultural do Noroeste Amazônico (Parinã).

Assim, o material recolhido encontra-se, atualmente, no Museu da Amazônia (Musa), para a identificação das peças.

Por conseguinte, após a análise do material, será possível traçar um histórico dos povos que habitaram a região do Alto Rio Negro, que hoje abriga a cidade mais indígena do Brasil, onde vivem 23 etnias.

Nas escavações, os pesquisadores encontraram vestígios em dois locais do município. Um na praça da diocese de São Gabriel da Cachoeira. Outro no quintal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

Como resultado, durante a coleta, retirou-se uma quantidade significativa de objetos, especialmente de fragmentos de cerâmica e material lítico.

Indígenas

Sobretudo, vinte e dois alunos indígenas da UEA de São Gabriel da Cachoeira realizaram as coletas dos materiais e acompanharam todo o processo, desde o início até o fim da escavação.

Eles fazem parte das etnias Baré, Baniwa, Tukano, Piratapuia e Tariana, e estão na fase de conclusão do curso de Arqueologia no município, iniciado em 2018.

Além disso, participaram das escavações profissionais do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Museu da Amazônia (Musa); University College London (UCL); Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de outros colaboradores.

A diretora do Centro de Estudos Superiores de São Gabriel da Cachoeira (CESSG), Prof.ª Dra. Solange do Nascimento, afirma que as atividades ganharam abrangência internacional.

Com isso, o fato evidencia a qualidade do ensino ofertado pela universidade.

Esse trabalho irá fomentar pesquisas mundo afora. Será importantíssimo para que possamos contar a história desses povos, e a UEA está presente nesse processo, em parceria com o Parinã. É um esforço coletivo muito profícuo para o desenvolvimento da ciência na região Amazônica“, pontuou.

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Foto: Divulgação