Ibama identifica desmatamento de 600 hectares em Boca do Acre

Ibama atua contra desmatamento de 600 hectares em Boca do Acre durante a Operação Amazônia Verde. Apreensões e detenções marcam a ação de combate ao crime ambiental.

Publicado em: 01/10/2023 às 10:34 | Atualizado em: 02/10/2023 às 12:13

Através da Operação Amazônia Verde, a Superintendência do Ibama no Acre identificou o desmatamento de 600 hectares de floresta no município de Boca do Acre, situado a 1026 quilômetros de Manaus.

Os infratores planejavam desmatar uma área ainda maior, correspondente a 1.000 hectares, mas foram descobertos por meio de investigação e análise de imagens de satélite.

No local, onde se encontravam cerca de 20 pessoas, incluindo homens, mulheres e crianças, as condições eram insalubres e caracterizavam trabalho análogo à escravidão.

Foram apreendidas 15 motosserras, motocicletas, combustível e suprimentos.

A primeira intervenção ocorreu em 22 de setembro, resultando na autuação do responsável e no embargo da área.

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No entanto, o monitoramento subsequente revelou que o desmatamento persistia, levando a uma segunda incursão em 29 de setembro, na qual mais motosserras foram apreendidas, acampamentos desmontados e mais pessoas detidas.

A operação continua em andamento com a participação da Força Nacional, Polícia Militar Ambiental do Acre, Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Acre, Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN), Grupo Especial de Fronteira da SEJUSP-AC (GFRON) e ICMBio.

Ibama combate queimadas na região

Diante da Situação de Emergência Ambiental decretada pelo estado do Amazonas, o Ibama firmou acordo de cooperação com o governo do Amazonas, por meio do Secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Eduardo Costa Taveira. Ficou acertada a participação do Ibama para compor a Sala de Crise do Estado. O Instituto acordou ainda o aumento no número de brigadas especialistas em fogo e a doação de equipamentos de combate a incêndios.

Atualmente, 140 brigadistas do Ibama e do ICMBio, divididos em sete brigadas de incêndio, atuam no combate às chamas que atingem, principalmente, o sul do estado e a região metropolitana de Manaus.

No período de 1º a 27 de setembro de 2023 ocorreram 6.597 focos de calor no Amazonas, segundo o Inpe, 18% a menos do que no mesmo período do ano anterior.

Apesar da queda no número de focos, o aumento da estiagem está sendo provocada pela influência do fenômeno climático El Niño.

Ainda segundo a Defesa Civil do Estado, a previsão é que, devido o El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa se comparada a anos anteriores, podendo ultrapassar 50 o número de municípios afetados.

Neste ano, o Ibama aumentou em 18% o número de brigadistas em relação ao ano de 2022, com atuação de 2.101. Desses, 57% das brigadas são de indígenas e quilombolas. No Amazonas três brigadas de incêndio são compostas por indígenas, duas em Humaitá e outra em Apuí. Em Apuí, o número de brigadistas era de 15 em 2022, agora são 29.

Foto: divulgação Ibama