A situação nos postos aduaneiros do país tem piorado com os reflexos da operação padrão dos auditores fiscais federais agropecuários, que completa um mês hoje.
A mobilização simultânea dos servidores da Receita Federal agrava os atrasos nas liberações de cargas que entram ou saem do país e também afeta os trabalhos na Zona Franca de Manaus , um dos principais polos industriais do país – no ano passado, onde as 400 empresas do polo faturaram R$ 150 bilhões.
Em suma, o baixo contingente e o avanço da pandemia atrapalham os trabalhos. Apenas três servidores federais estão lotados no polo. Por mês, eles analisam, em média, 800 processos.
A situação piorou nesta semana porque uma servidora teve covid e foi afastada e outro auditor está em férias. Um servidor foi deslocado de Brasília para ajudar no Amazonas. Desde 2018, são dois agrônomos e uma veterinária no polo. Em 2007, eram 11 agrônomos.
Os servidores inspecionam a exportação de milho, soja, farelo de soja, madeira e castanha pelo Norte do país e acompanham a importação de produtos como bacalhau, couro e fertilizantes.
Em Manaus, também ocorre a verificação dos desembarques de itens como bebidas, azeite, alho e trigo, além da de embalagens de madeira e papelão utilizadas por todas as indústrias locais.
“O atraso na liberação de insumos tem reflexos sobre toda a linha de produção das empresas. Não adianta liberar 99% das cargas. Um item que faltar vai causar impacto e paralisar a atividade”, disse Wilson Périco, presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam).
“Quem está sofrendo as penalizações é o contribuinte, a indústria, que paga seus impostos, e quem corre risco é a sociedade com [a ameaça aos] empregos”, concluiu.
Em ofício enviado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) disse que o quadro tem “causado um grande transtorno para as indústrias (…) A perspectiva, contudo, é crítica, e as soluções (…), paliativas”.
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Foto: BNC Amazonas