Órgãos ambientais e de segurança agem contra invasão de garimpeiros no AM

O Ibama, a Polícia Federal, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) discutem com o Ipaam o plano para ação no rio Madeira

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 24/11/2021 às 12:53 | Atualizado em: 24/11/2021 às 15:17

O presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, disse ao BNC Amazonas que os órgãos de segurança e ambientais devem definir hoje (24) o plano contra a invasão de garimpeiros no município de Autazes, no rio Madeira.

A denúncia foi feita pelo BNC Amazonas no dia 22 e ontem ganhou repercussão na Câmara dos Deputados por iniciativa de José Ricardo (PT-AM).

Hoje mesmo a publicação do site está sendo enviada à presidência nacional do PT pelo ex-senador João Pedro Gonçalves, do Amazonas. Conforme ele, essa ação dos garimpeiros é agressiva e violenta, e por isso é inaceitável.

“Estou querendo lançar um movimento SOS rio Madeira e suas populações porque essas balsas jogam mercúrio nos rios e contaminam a água e os peixes. É uma contaminação, uma poluição, uma violência brutal”, afirmou.

De acordo com Valente (foto), a reunião de hoje, no recém-inaugurado Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas, do Ipaam, é para unir esforços municipais, estaduais e federais para solucionar o problema causado pelos garimpeiros.

Dessa forma, órgãos como o Ibama, a Polícia Federal, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) discutem com o Ipaam o plano para ação no rio Madeira.

A Marinha, por exemplo, já avaliou as imagens do BNC Amazonas e geradas pelo satélite do Ipaam. Como resultado, deve agir para que a “cidade flutuante” dos garimpeiros não prejudique a navegação no rio.

Segundo imagens exclusivas mostradas no site neste dia 23, cerca de 300 balsas dos garimpeiros tomam uma área no rio de cerca de cinco quilômetros.

O Madeira é o principal afluente do rio Amazonas nessa região e responsável por boa parte do escoamento dos produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) até Rondônia. E de lá, por via terrestre, para o restante do país.

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Providência de Autazes

Enquanto isso, o prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante (PSC), também acionou os órgãos ambientais, via Ipaam, para conter a invasão garimpeira e os prejuízos que deixa ao município.

“Não podemos permitir que essa atividade, que é ilegal, coloque em risco a vida dos moradores do Rosarinho e, consequentemente, de toda a região”.

Conforme o prefeito, a população está assustada com a invasão e temerosa das consequências. Por exemplo, do contágio pelo coronavírus (covid), que embora controlada no município, ainda continua ativo.

Por isso, Cavalcante mandou instalar barreira sanitária na pequena estrada que liga a sede de Autazes à localidade do Rosarinho, na beira do Madeira.

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Nota do Ipaam

Esclarece sobre atividade de garimpo no rio Madeira

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) esclarece que, ao identificar a presença das balsas mineradoras, comunicou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para alinhamento de providências.

O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, esclarece que as balsas estão ancoradas no rio Madeira, área de competência dos órgãos federais. A regulamentação da exploração mineral na área, conforme o gestor, é de competência da Agência Nacional de Mineração. O licenciamento é de responsabilidade do Ibama, e a atuação, em caso de crimes de exploração ilegal de minério, é competência da Polícia Federal. Ainda sobre a trafegabilidade e de poluição hídrica, o acompanhamento é feito pela Marinha.

Embora a competência de atuação na área seja federal, Juliano Valente informou que o Governo do Estado está à disposição para atuar em parceria com os demais órgãos e que, na manhã desta quarta-feira (24/11), fez uma reunião de alinhamento com representantes do Ibama, Marinha e Polícia Federal.

“O Governo do Estado se coloca à disposição dessas forças no sentido colaborativo. Então, em todas as ações que advirão desses órgãos, o Governo do Estado está no apoio. Nós apoiaremos as ações administrativas do Ibama. E as forças de segurança do Estado estão à disposição dos órgãos federais para tomarem as ações devidas”, frisou Juliano Valente.

Foto: Lucas Silva/Secom