Petrobrás nega crime ambiental e diz que obra na Reman sustenta dutos

A estatal se manifestou pela primeira vez após ser denunciada por prática de crime ambiental

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 06/06/2022 às 17:56 | Atualizado em: 08/06/2022 às 10:42

Quase duas semanas depois da denúncia e cinco dias após o embargo pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a Petrobrás veio a público se manifestar sobre a obra de aterramento de um igarapé dentro da Refinaria de Manaus Isaac Sabbá (Reman).

A denúncia inicialmente feita pelo Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), foi publicada em primeira mão no BNC Amazonas.

Com representação no Ministério Público (estadual e federal) e órgãos ambientais do Amazonas e de Manaus, a denúncia apontava que a obra poderia causar altos riscos ambientais aos ecossistemas amazônicos.

Nesta segunda-feira (6), A Petrobrás respondeu. Em nota, a estatal afirmou que as informações publicadas sobre prática de crime ambiental não procedem.

Contudo, a Petrobrás confirma o embargo da obra pelo Ipaam por necessidade de alinhamento dos serviços com órgão ambiental.

“A companhia já está em contato com o referido órgão para esclarecer todas as dúvidas sobre a atividade de manutenção em talude de sustentação da faixa de dutos das distribuidoras”, diz a Petrobrás.

De acordo com a estatal, essa ação foi realizada para garantir a segurança operacional das instalações e do meio ambiente em virtude das fortes chuvas.

“Por fim, as iniciativas necessárias para que seja autorizada a continuidade das obras estão sendo adotadas pela companhia”, diz a nota encaminhada ao BNC Amazonas pela assessoria da Petrobrás.

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Denúncia ao MPF

A ação de crime ambiental foi recebida pelo MPF e já consta do sistema de tramitação no órgão.

As entidades sindicais solicitaram investigação de potencial crime ambiental em desfavor de bens e interesses difusos, especialmente em relação ao estudo de impacto ambiental e as licenças necessárias à intervenção no meio ambiente pretendida pela Petrobrás.

No dia 1º de junho, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), de fato, embargou área e multou a Petrobrás.

A causa foi crime ambiental na obra de aterramento de igarapé nas dependências da Reman, no Distrito Industrial, na zona sul de Manaus.

O valor da multa não foi revelado.

Foto: Divulgação