PF reduz queimadas no sul do Amazonas e mira grandes infratores
Operação Incêndios 2025 derruba índices e prende suspeitos de liderar crimes ambientais na região.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 12/08/2025 às 06:10 | Atualizado em: 12/08/2025 às 06:10
A operação Incêndios 2025, lançada pela Polícia Federal em 25 de junho, já apresenta resultados expressivos no sul do Amazonas, região marcada por conflitos fundiários e pela ação de madeireiras e grandes fazendeiros.
A estratégia, que combina bases avançadas, uso de geointeligência e atuação integrada com órgãos ambientais e forças estaduais, visa coibir queimadas, desmatamento e grilagem de terras públicas.
Segundo a PF, apenas no primeiro semestre de 2025 foram instaurados 42 inquéritos relacionados a incêndios na Amazônia Legal, com foco prioritário em áreas críticas do Amazonas.
As investigações resultaram em prisões em flagrante, apreensão de maquinário pesado usado em derrubadas ilegais e bloqueio de bens de investigados.
O impacto das ações se reflete nos indicadores. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostram que o Amazonas registrou queda de 75,4% nas áreas queimadas entre janeiro e junho de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, passando de mais de 1 milhão para 247,9 mil hectares.
No mesmo período, houve redução de 61,7% nos focos de calor, caindo de 13.489 para 5.169 registros.
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Ações avançam
O avanço em 2025 reforça um trabalho que vem ganhando força desde o ano anterior.
Em 2024, no sul do Amazonas, a PF identificou 250 hectares de floresta nativa desmatada e incendiada em gleba pública federal, prendeu suspeitos e apreendeu equipamentos.
Ainda no mesmo período, operações de maior escala levaram ao bloqueio de R$ 138 milhões de bens de investigados, entre empresários e produtores rurais.
A intensificação das ações integra a política nacional de manejo integrado do fogo, que no último ano ampliou recursos para bombeiros e brigadistas na Amazônia. A estratégia alia prevenção e repressão, atingindo tanto a linha de frente dos crimes ambientais quanto os financiadores dessas atividades ilegais.
“A meta é desarticular cadeias criminosas que lucram com a destruição da floresta, responsabilizando autores diretos e mandantes”, destacou a corporação.
Região crítica
Os resultados indicam que o sul do Amazonas se tornou um dos principais alvos de repressão federal em 2025, com operações mais robustas e apoio logístico reforçado, consolidando a presença do Estado em uma região historicamente vulnerável ao avanço da fronteira agrícola ilegal.
Foto: Polícia Federal/divulgação