Região Norte: extrema pobreza cai 1,6% no primeiro ano sem Bolsonaro

Em 2023, o Brasil registrou uma redução de 40% na extrema pobreza, com destaque para as mulheres negras. Apesar dos avanços, as desigualdades de renda e gênero persistem.

Publicado em: 28/08/2024 às 14:22 | Atualizado em: 28/08/2024 às 14:22

O número de pessoas vivendo em extrema pobreza no Brasil registrou uma queda significativa de 40% em 2023, segundo o mais recente relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, divulgado nesta terça-feira (27/8). Essa melhora substancial é atribuída às políticas implementadas pelo governo Lula, que focaram na redução das desigualdades sociais. Um dos grupos que mais se beneficiou com essa redução foram as mulheres negras (pretas e pardas), cuja taxa de pobreza diminuiu em 45,2% em comparação com o ano anterior.

De acordo com a metodologia da pesquisa, são consideradas em extrema pobreza as pessoas com renda mensal per capita de até R$ 109 em 2023, um pequeno ajuste em relação aos R$ 105 de 2022. As reduções nos índices de extrema pobreza foram notáveis entre diferentes grupos sociais:

  • Mulheres negras: de 3,5% em 2022 para 1,9% em 2023;
  • Homens negros: de 3,3% para 2%;
  • Mulheres não negras: de 2% para 1,3%;
  • Homens não negros: de 1,9% para 1,3%.

Regionalmente, o Nordeste apresentou a maior queda na extrema pobreza, de 4,7% em 2022 para 2,7% em 2023. Outras regiões também mostraram melhorias: no Norte, a taxa caiu de 3,6% para 2%; no Sudeste, de 2% para 1,3%; no Sul, de 1,5% para 1,1%; e no Centro-Oeste, de 1,7% para 1%.

Além da redução na extrema pobreza, o relatório destacou uma queda de 20% no desemprego e um ganho real de 8,3% no rendimento médio de todas as fontes de renda. No entanto, o Observatório alertou que, apesar dos avanços, as desigualdades sociais no Brasil permanecem profundas. Um dos aspectos mais críticos é a disparidade de renda, onde o 1% mais rico do país continua a ganhar, em média, 31 vezes mais do que os 50% mais pobres.

Outro ponto de desigualdade é a carga tributária, que afeta desproporcionalmente os mais pobres. Os 10% mais pobres da população destinam 26,4% de sua renda ao pagamento de tributos, enquanto os 10% mais ricos pagam 19,2%.

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A desigualdade salarial entre homens e mulheres também persiste, com as mulheres ganhando, em média, 27% menos do que os homens, apesar de terem registrado um aumento maior na renda em 2023.

Este cenário, embora melhore em alguns aspectos, evidencia que há um longo caminho a ser percorrido na busca por uma sociedade mais justa e equitativa no Brasil.

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Foto: Ricardo Stuckert / PR