Amazonas: porto flutuante de Itacoatiara é autorizado pela Receita Federal

O píer flutuante de Itacoatiara, com aval da Receita Federal, permitirá o transbordo de cargas durante a vazante dos rios no Amazonas.

Diamantino Junior, da Redação do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 02/08/2024 às 17:49 | Atualizado em: 02/08/2024 às 17:51

Após o aval da Marinha do Brasil e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que já concedeu licença prévia, nesta sexta-feira (2) a Receita Federal autorizou a movimentação de mercadorias no píer provisório de Itacoatiara, no rio Amazonas. O porto flutuante será instalado no município do Amazonas que fica a 170 quilômetros de Manaus, durante a vazante dos rios, que promete ser tão severa quanto a do ano passado.

De acordo com o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, que comemorou a notícia, essa autorização da Receita vai permitir não somente o transbordo de cargas e contêineres, com a retirada de mercadorias dos navios para o porto flutuante.

O equipamento também servirá para fazer a baldeação, um procedimento que possibilitará a troca de cargas até as balsas e, consequentemente, a continuidade das operações de logística.

Com isso, empresas privadas, como Chibatão e Super Terminais, por exemplo, vão poder atuar normalmente na área.

A notícia da autorização foi repassada à Suframa pelo diretor-executivo do Chibatão, Jhony Fidélis.

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Ação planejada

“Em um trabalho conjunto, temos nos antecipado e planejado ações preventivas e duradouras, que combatam o problema da navegabilidade na nossa região. Isso tem o objetivo de manter o fluxo normal do processo de transporte dos insumos e distribuição de produtos para as empresas, nessa época do ano. Portanto, como já havíamos previsto, no primeiro semestre, o serviço não será interrompido”, disse Saraiva.

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Características do porto

O píer flutuante mede 240 metros de comprimento por 24 metros de largura e será equipado com três guindastes, cada um com 64 metros de lança e alimentados por quatro geradores de 500 Kva, incluindo um gerador de backup.

O objetivo do que as empresas chamam de operação Itacoatiara, é que os navios cargueiros sejam descarregados no píer.

De lá, elas seguem viagem até Manaus por meio de balsas, sem prejuízo para a indústria e o comércio locais.

Dessa forma, em carregamentos mais leves que nos navios cargueiros, o transporte de insumos e a saída de produtos do Amazonas pode ser feito sem risco de encalhamento, por exemplo.

Dragagem

De acordo com Fidélis, duas ações foram desenhadas para a operação em Itacoatiara.

 A primeira foi sobre a previsibilidade de dragagem, que não havia para este ano.

Já a segunda é justamente a utilização do píer, que passa a ser a principal ação porque a dragagem do rio não vai chegar a tempo hábil.

“A grande mudança neste projeto é dar condição para que a carga possa chegar até Manaus, tanto do comércio quanto da indústria, para que não ocorra o que ocorreu no ano passado, quando houve a limitação total e a gente não tinha nenhum plano desenhado para que a gente pudesse mitigar os efeitos da estiagem”.

Execução

Além da Suframa, Marinha e Ipaam, também contribuem para a execução do projeto a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), a Superintendência do Patrimônio da União no Amazonas (SPU-AM), a Eletros, entre outros.

*Com informações da Suframa.

Foto: divulgação