O embate em torno da mina de potássio em Autazes (a 120 km de Manaus), atinge um novo patamar com o anúncio do governador Wilson Lima (União Brasil) sobre a emissão da licença de instalação pelo Ipaam.
Com um investimento planejado de R$ 13 bilhões, a empresa por trás do projeto busca reduzir significativamente a dependência da agricultura brasileira em relação ao potássio importado.
No entanto, a iniciativa enfrenta uma forte oposição do povo indígena mura, que alega não ter sido consultado sobre o uso de suas terras ancestrais.
As autoridades federais argumentam que a licença deveria ser emitida pelo Ibama, não pelo órgão ambiental estadual, apesar do apoio do governo local ao projeto, destacando os benefícios econômicos esperados, incluindo a criação de milhares de empregos.
O Ministério Público Federal em Manaus reage à concessão da licença pelo Ipaam considerando-a “irregular” e prometendo tomar as medidas necessárias.
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A justiça federal, por sua vez, reiterou a necessidade de consulta aos muras e determinou que a licença deveria ser emitida pelo órgão ambiental federal, não estadual.
Apesar das controvérsias, a Potash Corp afirma que conta com o apoio de líderes muras, enquanto algumas comunidades indígenas e a Associação Indígena do Amazonas se posicionam contra o projeto.
Enquanto isso, a demarcação do território em questão permanece pendente na Funai, enquanto a Brazil Potash, liderada por investidores como a CD Capital e a Sentient, pressiona pelo avanço do projeto.
Enquanto o governo estadual defende os benefícios econômicos, autoridades federais e o MPF questionam a falta de consulta aos indígenas.
A disputa envolve questões legais e ambientais, destacando a necessidade de um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
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Foto: divulgação