Prefeito de Eirunepé comandou fraudes de R$ 10 milhões, diz PF

Operação Cama de Gato mira organização ligada ao prefeito Raylan Barroso (MDB). | Na imagem a casa do prefeito.

Ednilson Maciel

Publicado em: 02/03/2023 às 10:51 | Atualizado em: 02/03/2023 às 10:51

A Polícia Federal iniciou investigação sobre a Prefeitura de Eirunepé, no Amazonas, em abril de 2021, mas descobriu que crimes eram praticados desde 2020 com dinheiro público. Ou seja, a organização criminosa começou a agir quando o horror da pandemia de covid-19 (coronavírus) era mais cruel com os amazonenses.

Os principais crimes descobertos são de fraudes a licitação, desvio de recursos, corrupção e lavagem de dinheiro. Como resultado, o município sofreu desvio de pelo menos R$ 10 milhões, segundo apurou a investigação.

Conforme a polícia, a operação Cama de Gato, que marca neste dia 2 de março a estreia do delegado Umberto Ramos como superintendente no Amazonas, mira organização ligada ao prefeito Raylan Barroso (MDB).

Dessa forma, 21 mandados judiciais de busca e apreensão estão sendo executados em Eirunepé e na capital Manaus. Além de Barroso e seus familiares, a operação tem como alvo outros políticos, servidores públicos e terceiros que integram a organização.

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De acordo com as investigações, Barroso fez compras fraudulentas, em sua grande maioria, com dispensa de licitação. Por exemplo, ele pagou por 150 mil máscaras de proteção mais do que o dobro do valor cobrado.

Sem contar que esse volume comprado é, pelo menos, cinco vezes que a população de Eirunepé.
Em suma, a polícia aponta que Barroso comandava um esquema de desvio de recursos públicos. O modo de ação mais comum para isso, portanto, era a contratação de empresas fictícias ou de fachada.

Foto: reprodução/vídeo