Engrossando a pressão pela realização da disputa entre Caprichoso e Garantido, o prefeito de Parintins, Bi Garcia (DEM), tornou pública sua posição em relação ao Festival Folclórico de Parintins.
O evento, realizado no fim de junho, foi suspenso por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Mas, desde o início de junho, os dirigentes dos bumbás fazem lobby para que festa ocorra em novembro.
Nesta quinta, dia 16, quando Parintins celebra sua padroeira, Nossa Senhora do Carmo, Garcia publicou texto sobre o evento religioso, mas expôs seu pensamento acerca do festival.
“Dói – e muito! – viver o que estamos vivendo, com o Festival adiado e o Círio do Carmo limitado”.
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Leia o texto de Bi Garcia na íntegra
Parintins é uma cidade movida pela tradição.
Gostamos do nosso modo de vida, do contato direto com rios e lagos do Arquipélago das Ilhas Tupinambaranas, dos peixes, das praias.
Todos temos alguma relação com os bumbás Caprichoso e Garantido. E história para contar, ocorrida ao longo da Festa de N. S. do Carmo, entre 6 e 16 de julho.
Dói – e muito! – viver o que estamos vivendo, com o Festival adiado e o Círio do Carmo limitado.
As festas são diferentes. Mas o Festival nasceu na quadra da Juventude Alegre Católica (JAC), como uma extensão da quermesse para construção da Catedral de N.S. do Carmo.
O Círio do Carmo, o dia da grande procissão de encerramento da Festa de N.S. do Carmo, é um dia de encontro e reencontro.
O arraial chega ao ápice. As pessoas passeiam em círculos, ao redor da Catedral, abraçando velhos amigos. Ou, simplesmente, participam dos bingos e leilões, ouvem música e batem papo nas barracas instaladas pela Diocese.
Sabe aquela história de o brasileiro gostar de abraço?
Aquele calor humano que europeu e norte-americano tanto estranham? No arraial, na Festa de N.S. do Carmo, abraçar é, mais que um gesto instintivo, uma instituição.
Fica decretado, mesmo neste 16 de julho tão atípico, que todo parintinense, nascido ou adotivo, sinta-se abraçado.
Dobremos nossos joelhos e ergamos nossas preces pelos que partiram na pandemia e o consolo dos familiares.
A peste há de passar e caberá, a todos os que ficamos, lutar para merecer tudo o que eles construíram.
Não há grandeza sem cultura e tradição.
Parintins é grande e se erguerá ainda mais forte. Que Nossa Senhora do Carmelo derrame suas bênçãos sobre todos nós.
* Frank Bi García.
Foto: Divulgação/PMP