O prefeito de Humaitá, Herivaneo Seixas (Pros), o vice dele, Rademacker Chaves (PSD) foram presos, nesta terça-feira ((27), por agentes da Polícia Federal na operação “Lex Talionis” (Lei de Talião).
Foram presos também os vereadores Antônio Carlos de Almeida (PTN), o “Totinha”, vice-presidente da Câmara Municipal, e Manoel Domingos. O vereador Raimundo Cruz, estaria foragido.
De acordo com as investigações, todos eles tiveram participação na manifestação, comprovada por vídeos, ocorrida em outubro de 2017, que resultou no incêndio e destruição de bens móveis e imóveis dos órgãos públicos federais Ibama , ICMBIO e Incra na cidade.
A ação tem o objetivo de coletar provas e de efetuar a prisão de integrantes da suposta associação criminosa.
Os agentes amanheceram na casa de Herivaneo Seixas (na foto , de camisa de mangas longas ao lado do vereador Totinha, de azul), localizada na Rua Monteiro, Centro de Humaitá, e saíram com ele preso depois de uma minuciosa busca e apreensão.
Os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária.
Os policiais federais ainda tiveram nas residências de Riça Júnior, chefe de gabinete do prefeito e dos vereadores Manoel Domingos e Raimundo Cruz, conhecido como “Bentivi”.
Na casa do vereador Raimundo Cruz, de acordo com fontes do Fato Amazônico , os agentes saíram de lá levando presa a filha do parlamentar, Mariana Cruz.
Os policiais federais também fizeram uma barreira no quilômetro 5 da BR 230 (Transamazônica) no sentindo Humaitá/Porto Velho.
Prefeito na manifestação
Na manifestação em outubro no ano passado que resultou na destruição de bens móveis e imóveis dos órgãos públicos federais, vídeos postados nas redes sociais mostram o prefeito Herivâneo Seixas e o vice-presidente da Câmara Municipal de Humaitá no meio da multidão.
O vídeo foi parar na Polícia Federal que investiga os ataques ao patrimônio público que ocorreram em represália à Operação Ouro Fino, coordenada pela Superintendência do Ibama no Amazonas, que contou com a participação da Marinha do Brasil, do ICMBio, da Força Nacional e do Exército Brasileiro.
Durante as investigações, foi possível identificar que garimpeiros junto de alguns políticos do município deram início à manifestação violenta que ocasionou a destruição de bens públicos da União e de bens particulares de servidores públicos federais.
Foram obtidos indícios de que os políticos envolvidos incentivaram os manifestantes a depredarem os bens dos órgãos públicos.
A Polícia Federal identificou as autoridades políticas e também alguns dos executores dos atos criminosos.
Olho por olho
A denominação da operação faz alusão à Lei de Talião, do latim “lex talionis”, conhecida pela máxima “olho por olho, dente por dente”.
A Lei de Talião determina que a punição infligida deve corresponder em grau e espécie à ofensa do transgressor.
No caso em questão, os garimpeiros de Humaitá incendiaram os prédios públicos dos órgãos de fiscalização pelo fato de terem tido suas dragas, embarcações que estavam sendo utilizadas na atividade garimpeira ilegal, inutilizadas pelo Ibama durante a operação Ouro Fino.
Os danos aos bens públicos causaram prejuízo avaliado em R$ 1.101.052,87 aos cofres públicos federais.
Veja o vídeo com a participação do prefeito e do vereador Totinha na manifestação:
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Foto: Reprodução/Combate ao racismo ambiental