Presidente da Pestalozzi denuncia exclusão em escolas de Nova Olinda

Também vereador, Jorginho Biazze busca ajuda a pessoas com deficiência contra medida do prefeito

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 19/05/2023 às 06:00 | Atualizado em: 19/05/2023 às 07:48

Municiado de um abaixo-assinado de 147 pais e responsáveis, o presidente de honra da Pestalozzi e vereador Jorginho Biazze (Progressistas), de Nova Olinda do Norte, denunciou em vários órgãos do Amazonas a exclusão de estudantes com deficiência das escolas do município.

Conforme o parlamentar, entre as providências que pede está a de investigação da medida tomada pelo prefeito de Nova Olinda.

“Por que isso está acontecendo? Esse porquê tem que ser investigado”.

Jorginho afirmou que a lei brasileira e convenções internacionais asseguram o direito à educação em sala de aula das pessoas com deficiência.

Dessa forma, o prefeito não poderia segregar essa grande quantidade de estudantes de prosseguir na escola.

Nos últimos dois anos, conforme o vereador, a Pestalozzi montou duas salas para educação de quase 200 alunos. A prefeitura, assim como o Governo do Estado, participava cedendo professores, óleo diesel e merenda escolar.

Assim sendo, a cada ano a Pestalozzi transferia certo número de estudantes para inserção no ensino regular do município. Neste ano, por exemplo, foram 24. Segundo o vereador, porém, o prefeito afirma que matriculou 84 pessoas com deficiência.

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Polêmica de anos

Para o vereador, com base no abaixo-assinado que lhe foi apresentado pelos pais dos portadores de deficiência, o caso é de exclusão praticada pelo prefeito. Para a prefeitura, o município está conduzindo um processo de inclusão, em que pese o alto número de alunos fora da sala de aula a lhe contestar.

Conforme Jorginho, o que está por trás da questão, na verdade, é retaliação da prefeitura à Pestalozzi, com a intenção de atingí-lo. Além de ser presidente de honra da entidade, o vereador é poucos a fazer oposição ao prefeito.

Como resultado dessa pendenga, o caso já chegou a ser judicializado. Em audiência no juizado local para tentar conciliar e evitar prejuízo aos estudantes, o que já está acontecendo, o prefeito havia prometido que as aulas para todo esse universo de alunos começaria em abril. Não cumpriu, como provam os 147 excluídos, segundo o vereador.

Dessa maneira, para Jorginho, o que está atrapalhando uma solução é o prefeito rejeitar a ajuda da Pestalozzi nesse processo. Afinal, a associação é quem tem toda experiência e capacidade técnica de lidar com as pessoas com deficiência, como faz há anos.

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Apego ao poder

Todavia, o prefeito de Nova Olinda despreza essa ajuda porque não quer dar moral à entidade em que Jorginho é presidente de honra.

Bastante querido pela comunidade, que o chama de “Jorginho do Povo”, o vereador disse acreditar que a questão do prefeito é eleitoreira. Afinal, por ter sido o mais votado em 2020, ele é visto como ameaça aos planos do prefeito de se perpetuar no poder.

Embora não possa concorrer à reeleição em 2024, uma vez que já passou quatro vezes pela prefeitura, sem conseguir resolver muitos dos problemas de Nova Olinda, como, por exemplo, a educação a portador de deficiência, o prefeito luta para deixar um sucessor na cadeira. Ou sucessora.

Além de não fazer uma manifestação institucional sobre o episódio, o prefeito prefere tratar assim uma questão tão sensível à população:

No lugar do prefeito, a Secretaria de Educação do município se manifestou nesta quinta (18) em nota em rede social. Em suma, trata as denúncias do vereador como “inverdades caluniosas” e diz desconhecer o abaixo-assinado dos pais dos alunos portadores de deficiência sem escola. Leia a nota:

Foto: reprodução/vídeo