Preso empresĂ¡rio de fraude no crĂ©dito de carbono em LĂ¡brea, no Amazonas
PrisĂ£o Ă© dentro da operaĂ§Ă£o da PF que prendeu outro suspeito, dois em Manaus e um em Porto Velho

Publicado em: 08/06/2024 Ă s 11:37 | Atualizado em: 08/06/2024 Ă s 11:38
O empresĂ¡rio Ricardo Stoppe JĂºnior, um dos donos do grupo Ituxi, se entregou Ă PF (PolĂcia Federal) nesta sexta-feira (7).
Suspeito de participaĂ§Ă£o em um esquema criminoso de grilagem, esquentamento de madeira e geraĂ§Ă£o de crĂ©ditos de carbono em Ă¡reas pertencentes Ă UniĂ£o, JĂºnior era considerado foragido pela polĂcia.
A PF deflagrou na quarta (5) a operaĂ§Ă£o Greenwashing e cumpriu quatro dos cinco mandados de prisĂ£o preventiva expedidos pela Justiça Federal no Amazonas. A investigaĂ§Ă£o Ă© conduzida pela PF em RondĂ´nia.
Foram presos Stoppe JĂºnior, Elcio Aparecido Moço, JosĂ© Luiz Capelasso, Ricardo Villares Stoppe e Poliana Capelasso, conforme a PF. Ao todo, a polĂcia fez buscas em 22 empresas, a partir de 76 mandados de busca e apreensĂ£o.
Documentos foram recolhidos ainda em quatro cartĂ³rios de registro de imĂ³veis no sul do Amazonas, na superintendĂªncia do Incra (Instituto Nacional de ColonizaĂ§Ă£o e Reforma AgrĂ¡ria) no estado e em uma secretaria do governo do Amazonas que cuida de questões territoriais, segundo a PF.
O principal investigado Ă© o grupo Ituxi, com atuaĂ§Ă£o na regiĂ£o de LĂ¡brea, sul do Amazonas, uma das regiões mais desmatadas e degradadas da AmazĂ´nia ocidental.
Somente o suposto esquema de crĂ©ditos de carbono, vendidos a grandes empresas, inclusive multinacionais, movimentou R$ 180 milhões, conforme a investigaĂ§Ă£o policial. Grilagem, esquentamento de madeira e crĂ©ditos de carbono envolveram um montante de R$ 1,6 bilhĂ£o, disse a PF.
O grupo Ituxi nĂ£o comentou a prisĂ£o de Stoppe JĂºnior. Em nota na quarta, a empresa afirmou que ainda nĂ£o havia acessado os autos da investigaĂ§Ă£o. “Assim que a Justiça autorizar a liberaĂ§Ă£o do conteĂºdo das denĂºncias, a empresa irĂ¡ se manifestar publicamente”, diz o pronunciamento.
Stoppe JĂºnior se entregou Ă PF em Araçatuba (SP). Um outro suspeito estĂ¡ preso na cidade, dois estĂ£o em Manaus e um em Porto Velho.
TrĂªs projetos de geraĂ§Ă£o e venda de crĂ©ditos de carbono sĂ£o alvos da investigaĂ§Ă£o da PF. Uma empresa que desenvolveu projetos em parceria com o grupo Ituxi –como sĂ£o os casos dos projetos Fortaleza Ituxi, Unitor e Evergreen, investigados pela polĂcia– Ă© a Carbonext, que se apresenta como a maior geradora de crĂ©ditos de carbono no paĂs a partir da proteĂ§Ă£o da amazĂ´nia.
A Carbonext nĂ£o foi alvo de mandados de busca ou prisĂ£o. Em nota, a empresa afirmou que é prestadora de serviços e nĂ£o faz regularizaĂ§Ă£o fundiĂ¡ria. “A Carbonext nĂ£o Ă© alvo da operaĂ§Ă£o Greenwashing. Se as acusações contra os alvos da operaĂ§Ă£o forem comprovadas, a Carbonext tambĂ©m figurarĂ¡ como vĂtima e tomarĂ¡ oportunamente as medidas judiciais cabĂveis.”
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Foto: DivulgaĂ§Ă£o