Greenpeace denuncia aumento de queimadas no Sul do Amazonas
Segundo dados do Inpe, quatro das dez cidades com mais alertas de desmatamento no bioma estão na região Sul do Amazonas.

Diamantino Junior
Publicado em: 06/08/2023 às 13:54 | Atualizado em: 06/08/2023 às 13:55
As queimadas nas florestas do Sul do Amazonas estão ganhando intensidade com a chegada do verão amazônico. Durante um sobrevoo realizado pela ONG Greenpeace, o jornalista Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica, acompanhou extensas áreas da Floresta Amazônica sendo devastadas pelo fogo e desmatamento.
O material foi publicado no portal g1.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quatro das dez cidades com maior área sob alertas de desmatamento no bioma em 2023 estão localizadas no Sul do Amazonas.
Uma das regiões sobrevoadas foi o distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré. Essa área, que pertence à União e deveria ser preservada por lei, é conhecida pela presença de grileiros e madeireiros ilegais. Como resultado, ocorrem queimadas criminosas que destroem a floresta e cobrem o céu de fumaça.
O porta-voz do Greenpeace, Rômulo Batista, explicou que a Floresta Amazônica passa por um período de seis a oito meses com muita chuva, e os responsáveis pelo desmatamento muitas vezes esperam o verão amazônico, quando o clima fica mais quente e seco, para provocar incêndios nessas áreas.
Durante outra parte do sobrevoo, a equipe flagrou uma parte da floresta queimando há uma semana, no limite entre Humaitá e Tapauá, cidades do interior do Amazonas. Os rastros da destruição eram visíveis, com o chão escuro coberto em parte pelo que restou do fogo contrastando com o verde da floresta. A cerca de 500 metros do local, fica a terra indígena Juma.
O porta-voz do Greenpeace ressaltou que, geralmente, o processo começa com a degradação e exploração ilegal de madeira, seguidos pelas queimadas para “limpar o terreno”.
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Ele também destacou que no sul do estado tem havido um aumento significativo de grilagem, concentrando-se em florestas públicas não destinadas, ou seja, terras da União e do estado que ainda não receberam destinação específica.
Apesar dos flagrantes de queimadas, os alertas na Floresta Amazônica tiveram uma queda de mais de 40% em relação ao mesmo período de 2022.
A Rede Amazônica procurou o Ministério do Meio Ambiente para obter informações sobre a situação no Sul do Amazonas e aguarda retorno.
Foto: Christian Braga/Greenpeace/divulgação