Acre: presos encerram rebeliĂ£o com pelo menos cinco mortes

TensĂ£o e violĂªncia marcam o fim da rebeliĂ£o no PresĂ­dio de Segurança MĂ¡xima em Rio Branco.

Publicado em: 27/07/2023 Ă s 15:51 | Atualizado em: 28/07/2023 Ă s 14:56

ApĂ³s 24 horas de tensĂ£o, chegou ao fim na manhĂ£ desta quinta-feira (27/7) a rebeliĂ£o no PresĂ­dio de Segurança MĂ¡xima AntĂ´nio Amaro Alves, em Rio Branco.

Fontes da PolĂ­cia Civil confirmaram a descoberta de cinco corpos no interior da unidade, e uma equipe do Instituto MĂ©dico Legal da capital acriana foi acionada para identificĂ¡-los e recolhĂª-los.

O BatalhĂ£o de Operações Especiais (Bope) da PM entrou na unidade prisional por volta das 10h (horĂ¡rio local) para recolher as armas dos amotinados e fazer uma varredura no local, apĂ³s uma noite inteira de negociações.

A rebeliĂ£o teve inĂ­cio na manhĂ£ de quarta-feira (26/7), quando um grupo de presos, vinculado a uma organizaĂ§Ă£o criminosa de SĂ£o Paulo, rendeu um guarda penitenciĂ¡rio, ferindo-o com um tiro no rosto, e fez outro como refĂ©m.

O grupo conseguiu acessar a sala onde os agentes penais guardam armamento, pegando fuzis e mais de 20 pistolas.

O objetivo dos amotinados, confirmado pelo secretĂ¡rio adjunto de Segurança PĂºblica do estado, coronel Evandro Bezerra, era confrontar uma facĂ§Ă£o rival composta por criminosos locais.

Durante o conflito interno entre detentos de organizações criminosas rivais, dois presos ficaram feridos e foram levados ao pronto-socorro, com um deles jĂ¡ tendo recebido alta.

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O governo estadual montou um gabinete de crise para gerenciar as negociações no presĂ­dio, e o governo federal ofereceu ajuda, incluindo a possibilidade de enviar agentes da Força Nacional para o Acre, apĂ³s contato do ministro da Justiça, FlĂ¡vio Dino, com o governador Gladson Cameli (PP).

Durante todo o perĂ­odo em que o presĂ­dio esteve sob controle dos presos, nenhuma informaĂ§Ă£o sobre os mortos foi divulgada pelo gabinete de crise.

Segundo investigadores, pelo menos trĂªs corpos foram encontrados decapitados, revelando a violĂªncia caracterĂ­stica da guerra entre facções criminosas em todo o paĂ­s.

Um grupo ligado ao PCC, de SĂ£o Paulo, invadiu uma ala controlada pela facĂ§Ă£o local B13, iniciando a chacina. A facĂ§Ă£o atacada controla diversos bairros na periferia de Rio Branco e estĂ¡ em disputa territorial com o PCC. Por esse motivo, o policiamento na capital acriana foi reforçado para evitar retaliações.

Do lado de fora do presĂ­dio, parentes dos presos fizeram uma vigĂ­lia em busca de informações sobre a rebeliĂ£o.

Mais de 200 agentes da PM, da PolĂ­cia Civil, do Instituto de AdministraĂ§Ă£o Penal do estado e da PolĂ­cia RodoviĂ¡ria Federal reforçaram a segurança do perĂ­metro do complexo penitenciĂ¡rio, bloqueando estradas para evitar tentativas de fuga.

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