As refinarias de ouro da Suíça anunciaram o compromisso de barrar qualquer importação do metal que tenha como origem territórios indígenas da Amazônia.
Essa decisão veio após crescentes medidas comerciais que podem ser tomadas contra o Brasil diante da pressão de grupos indígenas e ambientalistas. Como informa o Uol.
As empresas ainda criticam o projeto de lei que ampliaria a possibilidade de garimpo em locais hoje proibidos, uma iniciativa bancada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesse sentido, as empresas com sede na Suíça são as maiores refinarias do mundo, entre elas a Valcambi e Metalor.
Por outro lado, a publicação destaca que o trânsito de ouro pela Suíça é questionado por sua falta de transparência.
Desse modo, oficialmente, o país é o segundo maior importador do metal no mundo. Mas entidades criticam a decisão de não detalhar a origem de cada um dos embarques.
Então, partir de suas refinarias, o ouro então entra no mercado internacional, já certificado. A Suíça, assim, ocupa a posição de maior exportadora do metal do mundo.
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Ouro ilegal
Mas as acusações são de que esse ouro ilegal é misturado com o metal de origem legal e, assim, entram no comércio global.
Por exemplo, no caso brasileiro, a Suíça representa o segundo maior destino de vendas de ouro, com um comércio de US$ 1,2 bilhão em ouro.
Dessa maneira, um quinto desse ouro viria da região da Amazônia. Em uma das reuniões preparatórias para o acordo, as lideranças indígenas foram duras.
“O ouro que chega aqui está cheio de sangue”, afirmou Maria Leusa Munduruku, presidente da Associação Munduruku Wakobor.
Portanto, o novo acordo foi fechado com a participação de indígenas brasileiros e entidades como Xingu Vivo para Sempre e a APIB, que enviou uma delegação para a Europa.
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Foto: Arquivo/EBC