Surdos a crĂticas, vereadores de Manaus avançam a salĂ¡rio de R$ 26 mil
CĂ¢mara Municipal de Manaus propõe aumentos salariais para prefeito, vereadores e secretĂ¡rios. Projetos geram crĂticas por descompasso com as demandas sociais da cidade.

Publicado em: 02/12/2024 Ă s 23:07 | Atualizado em: 03/12/2024 Ă s 11:06
A CĂ¢mara Municipal de Manaus (CMM) iniciou nesta segunda-feira (2/12) a tramitaĂ§Ă£o de dois projetos de lei que escancaram o abismo entre a classe polĂtica e os desafios enfrentados pela populaĂ§Ă£o da cidade. As propostas, elaboradas pela Mesa Diretora, sugerem reajustes salariais generosos para o prefeito, o vice-prefeito, secretĂ¡rios e vereadores, a partir de 2025.
Caso sejam aprovados, o salĂ¡rio do prefeito saltarĂ¡ de R$ 27 mil para R$ 35 mil, enquanto o dos vereadores aumentarĂ¡ de R$ 18.991,69 para R$ 26.080,98.
Para o vice-prefeito, o reajuste elevarĂ¡ os vencimentos de R$ 26 mil para R$ 32 mil.
JĂ¡ os secretĂ¡rios municipais e subsecretĂ¡rios terĂ£o seus salĂ¡rios reajustados para R$ 27 mil e R$ 22 mil, respectivamente.
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Embora o presidente da CMM, vereador Caio AndrĂ©, tenha defendido que a votaĂ§Ă£o cumpre a Lei OrgĂ¢nica do MunicĂpio (LOM), o percentual do reajuste gerou crĂticas, expondo o contraste entre os interesses da classe polĂtica e as necessidades urgentes da populaĂ§Ă£o.
Enquanto Manaus enfrenta problemas comuns Ă s grandes cidades e que precisam ser sanados, os representantes municipais priorizam discutir os prĂ³prios rendimentos.
A vinculaĂ§Ă£o do reajuste dos vereadores ao aumento jĂ¡ aprovado para deputados estaduais revela um oportunismo evidente.
Com salĂ¡rios que jĂ¡ ultrapassam a mĂ©dia nacional dos trabalhadores assalariados, os parlamentares parecem desconectados das dificuldades econĂ´micas vividas pela maioria dos manauaras, muitos dos quais sobrevivem com apenas um salĂ¡rio mĂnimo.
Esse movimento escancara a insensibilidade polĂtica em um momento de crise social e econĂ´mica.
É fundamental que a sociedade acompanhe de perto essas votações e pressione por maior responsabilidade fiscal e compromisso dos seus representantes com as demandas reais da cidade. Afinal, o serviço pĂºblico deveria priorizar o bem coletivo, nĂ£o os bolsos de uma elite polĂtica.
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Foto: divulgaĂ§Ă£o/CMM