Quando Bruno Cruz, que mora em Brasília e atua no ramo de saúde privada, veio a Manaus, uma constatação chamou atenção dele e dos sócios. As empresas que oferecem exames de imagem estavam todas concentradas nas zonas mais centrais da capital. Estavam, porque há 3 anos, a Infinita Clínica de Imagens saiu desse eixo e fincou bandeira na segunda zona mais populosa da cidade: a zona Leste. Desse empreendimento, surgiu a possibilidade do manauara que vive nessa parte da capital ter uma opção de preço baixo, de qualidade e fácil acesso.
O empreendimento fica na avenida Autaz Mirim, conhecida como a Grande Circular, no bairro Tancredo Neves. Quando começou, em março de 2021, o diretor da empresa, Bruno Cruz, diz que a clínica atendia cerca de cinco pessoas por dia. Hoje, a média é de duzentos atendimentos individuais diários, inclusive nos fins de semana e feriados.
A clínica segue uma fórmula que contempla o objetivo de lucro, mas com um retorno social indiscutível. A começar pela própria localização. “Quando eu cheguei aqui e vi o tamanho dos bairros – a gente vê que a zona Leste é uma cidade mesmo – eu fiquei impressionado. É uma área muito independente, com uma densidade populacional muito alta, como muita gente circulando na rua, muitas lojas. Um dado que me chamou muito atenção foi a quantidade de clínicas populares aqui. A proximidade de grandes hospitais públicos, a facilidade de se chegar lá nessas unidades. Eu fiquei muito surpreso quando eu vi que não tinha, aqui, nenhuma clínica de imagens. Nenhuma ressonância magnética aqui. A clínica de imagem que fica mais próxima daqui fica na (avenida) Constantino Nery, se você pega aí um trânsito normal, dá 35 minutos só pra ir lá, fazer o exame. E isso fica ainda mais grave, quando você pega os pacientes internados. Quando você tem um paciente internado no (hospital) Dr. Platão, no Francisca Mendes, no João Lúcio, esses deslocamentos ficam ainda mais complexos. E quando eu vi que não tinha nenhuma clínica de imagens aqui, fiquei espantado. Daí, veio a ideia de abrir aqui, sermos a primeira clínica de imagens da zona Leste”, explicou Bruno.
Investimento
Para quem chega ao prédio da clínica não tem uma impressão diferenciada, pois muitos prédios da região são até mais imponentes.
A diferença está no atendimento, segundo Bruno.
E especialmente nos equipamentos. O ambiente tem um design clean e minimalista, com cores claras e móveis funcionais.
A identidade visual do lugar enfatiza o laranja com o branco, que pode resultar em uma ampla gama de sensações, incluindo energia, alegria, criatividade, calor, limpeza e frescor, dependendo do contexto e da interpretação visual do ambiente.
A empresa emprega, atualmente, cerca de 30 pessoas.
Os serviços de imagens oferecidos incluem mamografia, ultrassonografia, raio-x e o carro-chefe da clínica, a ressonância magnética (RM).
Bruno Cruz afirma que é o equipamento mais completo que eles possuem para diagnóstico por imagem.
Os hospitais públicos de grande porte das zonas Norte e Leste não possuem, atualmente, esse serviço.
Daí o grande movimento de atendimento a pacientes da Saúde pública. “Então, a gente tem essa proposta: trazer uma clínica moderna, com um espaço agradável, um pé direito alto na recepção, com acolhimento do paciente. Especificamente falando da ressonância magnética, é um exame que historicamente tem um temor da sociedade, por conta de você ter que entrar no tubo, o equipamento dá medo, é claustrofóbico, faz barulho. E pra poder amenizar isso, a gente preza muito pela questão do acolhimento aqui na clínica”, completou Bruno Cruz.
Atendimento
Como o empresário falou, a recepção da clínica tem um pé direito alto, que é a distância do teto até o piso do chão. Essa expansão vertical e uma atmosfera mais arejada permitem a entrada de mais luz natural, o que deixa o espaço bem diferente do calor do lado de fora, lembrando que estamos em plena avenida Grande Circular, da zona Leste.
Completando a descrição física, o atendimento das colaborados se mantém nas vozes baixas, com o diálogo individual para cada paciente.
Atenção que o usuário também recebe dentro das salas de exames.
Na visita da reportagem à clínica, o motorista José Albuquerque passou cerca de 40 minutos na sala da ressonância magnética.
O atendente, que também estava no comando da máquina, cumpria com paciência o ritual de acomodar melhor o paciente na plataforma do exame.
Para quem ainda não fez um exame de RM, você se depara com uma máquina imensa que, se vista de mais distância, parece um donuts gigante com uma maca por dentro.
É nessa maca que o paciente se deita e entra para dentro do tubo. O exame faz barulho e dura entre 15 a 30 minutos, podendo chegar até 2 horas, dependendo da área do corpo a ser examinada.
Seu José disse que passou tranquilo pelo exame. “O atendimento foi bom, porque já estava marcado o horário. Eu cheguei antecipado, como eles pedem. Fizeram o procedimento, inclusive o atendente é bem meigo, uma pessoa paciente”, disse o motorista.
José ressaltou, ainda, a facilidade da localização da clínica. “Eu moro aqui no “bairro” Francisca Mendes e a localização facilitou, porque evitei trânsito, engarrafamento, constrangimento, foi muito bom”, afirmou José Albuquerque.
Acessibilidade
Segundo o diretor da clínica, o investimento em equipamentos caros e modernos compensa e garante que a empresa pratique preços mais baixos da média do mercado.
Pela quantidade de demanda, eles tiveram que abrir também nos fins de semana, especialmente para atender aos pacientes de hospitais públicos.
A empresa aposta e divulga, em suas redes sociais, os valores dos exames.
Neste mês de março, por exemplo, a campanha de aniversário de 3 anos de inauguração em Manaus fez o valor da mamografia computadorizada cair para R$ 94. A ultrassonografia obstétrica sai por R$ 64.
Chance que a estudante Sandra Moreira aproveitou para levar a avó a pedido médico para fazer um simples raio-x do ombro esquerdo.
“Eu vim aqui porque, além de ser perto de casa, eu tinha condição de pagar. Se fosse ter que ir atrás, só mesmo lá por perto do Centro eu iria ter que ir. Problema é que levar ela (a avó) é mais complicado. Aqui, é só atravessar a rua e estamos no nosso bairro”, afirmou Sandra, que mora no Tancredo Neves.
Impacto social
As zonas Leste e Norte de Manaus, juntas, somam em torno de 1,1 milhão de pessoas, em torno da metade da população da capital.
A clínica surge como uma opção acessível de procedimentos de alta tecnologia, o que a Saúde pública não consegue fazer.
O grupo que mantém a clínica tem 16 anos de atividades no ramo.
A sede é em Brasília, mas tem unidades em Porto Velho (RO) e Marabá (PA).
Um exemplo de que investir em Saúde dá lucro para o investidor, mas também para a população.
Fotos: Arnoldo Santos especial para o BNC Amazonas