ZFM prepara investimentos para mitigar seca extrema
Manaus se prepara para possível seca em 2024 superior a de 2023. Indústria e governo adotam medidas para mitigar impactos econômicos e sociais.

Diamantino Junior
Publicado em: 23/06/2024 às 17:13 | Atualizado em: 23/06/2024 às 17:15
Ainda em recuperação após a histórica seca de 2023, a população e a indústria de Manaus e do Amazonas se preparam para enfrentar uma possível estiagem ainda mais extrema no segundo semestre de 2024, buscando estratégias para mitigar os impactos econômicos e sociais.
A população manauara e a Zona Franca de Manaus (ZFM) estão em alerta para uma possível seca severa, superior à de 2023. A indústria do Amazonas estima ter enfrentado um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão em operações logísticas devido à seca passada, revelando a necessidade de medidas preventivas robustas.
Indústria
Dados do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) indicam que os gastos com transportes hidroviários variam entre 3% e 7% do PIB local, equivalente a R$ 4,8 a R$ 11,2 bilhões por ano.
Augusto Rocha, presidente da comissão de logística do Cieam, defende que o ideal seria reduzir esses custos à metade para manter a competitividade da ZFM.
Ele sugere um repasse anual de 2,5% do PIB amazonense, cerca de R$ 4 bilhões, para corrigir os gargalos logísticos.
Ações do Governo
O governo federal anunciou um investimento de R$ 500 milhões para mitigar os efeitos da seca na região Norte, quase quatro vezes maior do que o empenhado no ano passado. As medidas incluem dragagem de trechos dos rios Amazonas e Solimões, além de melhorias na infraestrutura aquaviária do Amazonas, coordenadas pela Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ).
Impacto
A seca não só afeta a indústria, mas também causa desabastecimento de insumos essenciais, falta de água potável e aumento dos focos de incêndio.
A situação agrava-se em cidades semi-isoladas, elevando os custos e a inflação durante o período de estiagem.
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Professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) alertam que os problemas socioambientais e econômicos são interligados, e a falta de água potável e a inflação dos preços são preocupações constantes.
A seca de 2023
No segundo semestre de 2023, Manaus enfrentou uma das piores secas, com o Rio Negro atingindo o nível de 12,7 metros, superando o recorde de 2010.
A seca, intensificada pelo fenômeno El Niño, trouxe desafios severos, desde a falta de água potável até a baixa qualidade do ar devido às queimadas.
A estiagem extrema impactou principalmente as comunidades ribeirinhas, essenciais para a economia local através da pesca e do escoamento de mercadorias.
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Foto: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas