Seca do rio Solimões expõe ruínas do forte de Tabatinga, no AM

Como o rio Solimões sofreu mudança de curso ao longo dos anos, material achado agora pelo Iphan possui grande relevância arqueológica

Mariane Veiga

Publicado em: 04/11/2023 às 17:56 | Atualizado em: 04/11/2023 às 18:08

A seca severa e histórica dos rios do Amazonas fez reaparecer, na região do rio Solimões, as ruínas do Forte São Francisco Xavier, no município de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).

Com isso, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) fez registro de acervo inédito e decidiu incluir o local no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos.

A edificação, erguida em 1766, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, pertencia a Coroa Portuguesa.

De acordo com o Iphan, a construção no ponto extremo do rio Solimões é considerada um “marco da consolidação da fronteira brasileira na região Norte.”

Dessa maneira, vestígios arqueológicos, como louças, vidro, material construtivo e ferroso, foram achados no local.

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“Esse conjunto de vestígios nos possibilita conhecer a ocupação do local e a estrutura de edificações”, destacou Jaime Oliveira, arqueólogo do Iphan. Segundo pesquisadores, os primeiros registros sobre a ocupação dessa região são do século 16.

Conforme registros do Exército, o forte tinha a função de posto militar, mas era usado especialmente para coibir o contrabando de mercadorias.

Ainda de acordo com Jaime Oliveira, a edificação, assim como outras no Amazonas, não foi feita para defender o país em situação de guerra.

O forte existiu até 1889, quando foi desocupado. Em 1910, ele foi reocupado pelo Exército, que ficou ali por 22 anos até que enchentes do Solimões derrubaram o local em 1932.

Leia na íntegra a reportagem investigativa do colunista Carlos Madeiro, no portal do UOL.

Fotomontagem: reprodução/Exército/Jaime Oliveira/Iphan