Seca dos rios: Eletros emite “SOS”
Pedido de socorro ocorre menos depois de 24 horas do rio Amazonas registrar sua primeira marca de vazante
Neuton Corrêa, do BNC Amazonas
Publicado em: 17/06/2024 às 07:03 | Atualizado em: 17/06/2024 às 07:03
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) acaba de emitir um pedido de socorro, com símbolo de “SOS”, ao poder público.
O “salve-nos” é sobre o processo de seca dos rios da Amazônia. O fenômeno já começou. Por exemplo, começou forte no rio Acre, que baixou 61 centímetros em duas semanas.
Da mesma forma, a vazante está ecelerada nos rios Solimões e Madeiras, maiores tributários do rio Amazonas, maior rio do mundo. Portanto, o mais importantes da região amazônica.
O SOS da Eletros, que reúne marcas como a Samsung, LG, Eletrolux, Panasonic, Midea, e que representa 50% dos empregos e do faturamento da indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM), ocorre menos de 24 horas depois do rio Amazonas registrar seu primeiro movimento de descida.
Essa marca foi identificada no monitoramento do nível das águas do porto de Itacoatiara, ontem, às 6h10.
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No alerta, o presidente da Eletros, Jorge Nascimento Júnior, cutuca sobre medidas anunciadas pelo governo federal e que ainda não aconteceram.
“A licitação para o serviço de dragagem nos trechos dos rios Amazonas, Solimões e Madeira foi novamente adiada, estando agora prevista para esta semana. Caso a dragagem não seja realizada de forma oportuna, a principal estratégia para mitigar os efeitos desta severa estiagem poderá não se concretizar, resultando em prejuízos adicionais”,
Jorge Nascimento, presidente da Eletros
Na sequência, ele emitiu o SOS.
“É imperativo que o poder público tome medidas imediatas. 🆘”
O dirigente lembra dos riscos que estão em questão, entre eles o desemprego e o isolamento das cidades amazônicas.
A paralisação das indústrias do Polo Industrial de Manaus, com o risco de desemprego; o desabastecimento do comércio da região; a mortandade da fauna aquática; e o isolamento de cidades, com danos incalculáveis à qualidade de vida, são alguns dos graves problemas que enfrentaremos
Leia o SOS, na íntegra
ATENÇÃO! A seca dos rios da Amazônia deste ano promete ser a mais severa da história, superando a estiagem do ano passado.
O vídeo abaixo, amplamente disseminado nas redes sociais, documenta a diminuição do nível do rio Amazonas, no município de Tabatinga/AM. Todo esse trecho de terra exposto deveria estar submerso com um nível de água bem elevado.
A estiagem começou com uma antecipação de pelo menos dois meses em relação ao período usual, indicando fortemente que o segundo semestre será marcado por impactos negativos significativos na economia, no meio ambiente e na população, com o risco de isolamento de várias cidades.
A licitação para o serviço de dragagem nos trechos dos rios Amazonas, Solimões e Madeira foi novamente adiada, estando agora prevista para esta semana. Caso a dragagem não seja realizada de forma oportuna, a principal estratégia para mitigar os efeitos desta severa estiagem poderá não se concretizar, resultando em prejuízos adicionais.
É imperativo que o poder público tome medidas imediatas. 🆘
A paralisação das indústrias do Polo Industrial de Manaus, com o risco de desemprego; o desabastecimento do comércio da região; a mortandade da fauna aquática; e o isolamento de cidades, com danos incalculáveis à qualidade de vida, são alguns dos graves problemas que enfrentaremos.
Reiteramos os alertas e pedidos feitos desde o início de 2024: é importante que o poder público tome medidas urgentes e imediatas para mitigar os impactos adversos da iminente estiagem, que se avizinha com grande rapidez e promete ser a mais severa da história. Há o risco real de uma crise econômica, ambiental e social de proporções inéditas, cujas consequências serão muito desoladoras.
Foto: reprodução