Seca dos rios aperta, empresas alertam sobre interior do Amazonas
Este segundo alerta do ano é para que haja preocupação também com o abastecimento de alimentos e outros produtos de grande demanda

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/07/2024 às 12:10 | Atualizado em: 03/07/2024 às 12:25
As empresas de navegação do Amazonas emitiram neste dia 3 de julho um novo alerta às transportadoras sobre o risco de o interior do estado sofrer desabastecimento de combustíveis, alimentos e outros produtos de necessidade básica.
De acordo com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas), alguns setores, como o de combustíveis, por exemplo, já planejam estoques para assegurar o abastecimento dos municípios durante a estiagem e vazante dos rios.
Dessa forma, este segundo alerta do ano (o primeiro foi em fevereiro) é para que haja preocupação também com o abastecimento de alimentos e outros produtos de grande demanda.
Conforme o sindicato das empresas, os principais rios, como Amazonas, Solimões e Madeira, estão com baixo nível de água na comparação com o ano passado. E 2023 já foi de vazante recorde em pelo 100 anos de monitoramento do movimento de subida e descida das águas.
Para a entidade, os dados e informações coletadas pelas próprias transportadoras no período já confirmam o início “oficial” da estiagem.
Segundo o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entre abril de 2023 e abril de 2024, foi registrado um déficit de 27% no volume das chuvas na região.
Ademais, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, apresentou prognóstico de estiagem severa em 14 estações de monitoramento dos rios.
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“Em julho do ano passado emitimos um alerta semelhante e novamente em fevereiro deste ano. Apesar das chuvas, os rios ainda não se recuperaram dos fortes impactos da última estiagem e já estamos na próxima. Se a atual tendência for comprovada poderemos ter outra seca [dos rios] recorde”, disse o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega.
Nóbrega afirmou que as transportadoras estão prontas para atender as demandas, mas é necessário que toda a sociedade se mobilize para evitar que se repita o cenário de emergência e calamidade do ano passado.
“Todos sabemos o que as mudanças climáticas provocaram no Amazonas e o que está acontecendo em outros estados, como o Rio Grande do Sul. Para esta época do ano, o rio Madeira, uma das principais vias de ligação e abastecimento do estado com o restante do país, estar abaixo dos níveis de 2023 é alarmante, mas podemos nos preparar e trabalhar em conjunto para minimizar esses efeitos”.
Foto: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas