Na série histórica da pandemia do coronavírus no Amazonas, a “segunda-feira” tem apontado com frequência o menor número de casos diários da covid-19 da semana.
Dessa forma pode se compreender como esse dia da semana tem refletido a diminuição da média de novos infectados no estado. Por exemplo, nas últimas 10 segundas-feiras, o boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) indicou menor registro de casos confirmados. A princípio foram considerados somente os casos diários do vírus na análise.
A observação inicia a partir do dia 13 de abril. Na respectiva data, iniciou essa frequência de diminuição de novos diagnósticos positivos da doença na segunda-feira. Nesse período foram registrados 69 casos, que foi o menor da semana.
Durante o período de 2 meses, o cenário permanece, com maior número no dia 18 de maio, com 585 registros, também no início da semana.
De acordo com o gráfico disposto abaixo, entende-se que o inicio do declínio da pandemia é aparente em 8 de junho com 548 casos. Sobretudo considerando os dados das segunda-feiras.
Veja o gráfico:
Nesta segunda-feira (15), a FVS-AM confirmou mais 271 casos, confirmando o cenário de desaceleração da pandemia no estado. Mas, sobretudo, considerando a média baixa divulgada em toda segunda-feira há quase três meses.
Além dos casos confirmados, outro indicador do arrefecimento do vírus, é a diminuição de óbitos. Sobretudo que até ontem, havia registrado somente 6 nas últimas 24 horas. Dessa forma mantém o processo de descenso no cenário epidemiológico do Amazonas.
Leia mais
14 de junho, menor número de enterros em Manaus desde abril
Explicação da FVS-AM
Como explicação para o baixo índice de novos casos nas segundas-feiras, o diretor técnico Cristiano Fernandes, FVS-AM informou que “eventualmente que alguns municípios tem maior ou menor dificuldade de enviar esses dados, varia muito. E a gente observa que nos finais de semana, e isso depende de pessoas alimentarem o sistema de informação, alguns municípios deixam de informar esses dados no decorrer do final de semana. Então isso as vezes reflete no inicio dos primeiros dias úteis da semana. Mas que a gente no decorrer da semana nós corrigimos esses dados”.
Além disso, Fernandes, falou do atraso de envio de informações de alguns municípios. Sobretudo que tem variado desde o inicio da pandemia no estado.
“A partir do momento que o municipio não informa, o próprio sistema gera um alerta de que o município não informou, e esses dados são congelados no painel, até que o município atualize o banco de dados. Então tem um atraso, mas não compromete a análise de dados do estado. E depende das estratégias de controle que o município está adotando, através da contenção e até da oferta de diagnóstico”, explicou.
O diretor técnico da FVS afirmou que não há defasagem nos dados. Mas existe a dificuldade da internet no interior que atrasa o envio das informações. “Eventualmente você tem alguns municípios que tem dificuldade de envio de dados, principalmente se tratando da questão da internet. O interior tem muita dificuldade com isso”.
Fila óbitos
Existem 322 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que estão sendo acompanhados. Sobretudo destes, 250 por investigação epidemiológica e 72 aguardando resultado laboratorial. Ao todo, 225 foram descartados para o novo coronavírus.
De acordo com a FVS-AM existe o prazo de 60 dias para fechar os dados dos óbitos. Segundo Cristiano Fernandes, foi criado um comitê que reúne vários especialistas de diversas áreas “pra fazer investigação desses óbitos, com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) […] Então a questão desses óbitos em investigação é que enquanto pacientes internados em leitos de UTI e os óbitos continuarem por covid, ainda vamos ter que continuar com a investigação”.
“Então é um processo que precisar ter um rigor porque é um ato médico, nós conseguimos constituir esse comitê, que está trabalhando diariamente nos prontuários, nas declarações de óbitos pra classificar melhor esses óbitos e a partir daí atualizar esses dados.
Foto: Divulgação