Senador do Amazonas festeja ‘PL da devastação’ a favor da BR-319

Plínio Valério, o das agressões a Marina, é citado entre os que riem "de orelha a orelha" com o ato dos deputados.

Senador do Amazonas festeja 'PL da devastação' a favor da BR-319

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 21/07/2025 às 11:57 | Atualizado em: 21/07/2025 às 11:57

O senador Plínio Valério (PSDB), do Amazonas, um dos maiores defensores da pavimentação da BR-319 e, por extensão, crítico sistemático da ministra Marina Silva, é apontado pelo portal ClimaInfo como um dos parlamentares que mais celebraram, simbolicamente, a aprovação do projeto de lei 2.159/2021, o “PL da devastação”, pela Câmara dos Deputados em 17 de julho.

Conforme o portal, Valério, ao lado dos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Omar Aziz (PSD-AM), estaria “rindo de orelha a orelha”.

O “PL da devastação”, considerado um marco do retrocesso ambiental, notadamente na região de origem de Valério, fragiliza as regras do licenciamento e abre caminho para a execução de projetos como a BR-319, a Ferrogrão e a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.

São projetos tidos como “estratégicos” e com o “PL da devastação” passíveis de licença ambiental expressa, ou seja, sem exigência de estudos aprofundados.

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Apenas Amom Mandel, do AM, votou contra o projeto da devastação

Retórica política

Em maio, Valério protagonizou agressivos ataques a Marina Silva durante sabatina no Senado, questionando sua legitimidade como ministra e insinuando que ela seria “um obstáculo ao desenvolvimento do Norte”.

A aprovação do “PL da devastação”, dessa forma, é vista por Valério e outros bolsonaristas, defensores do agronegócio na Amazônia, sobretudo, como uma vitória sobre o que chamam de “ambientalismo ideológico”.

“Não aceitamos condicionantes. Queremos a BR-319 asfaltada de ponta a ponta”, disse Valério quando agrediu Marina, rejeitando qualquer critério socioambiental para o projeto.

Mais crimes 

A BR-319 atravessa uma das regiões mais preservadas da Amazónia e sua pavimentação pode acelerar o desmatamento e outros crimes ambientais, como grilagem, crime organizado e mineração.

Pesquisadores e ambientalistas apontam a aprovação do “PL da devastação” e a aliança entre os ministérios dos Transportes e do Meio Ambiente para viabilizar a rodovia como agravantes da ameaça à Amazônia.

Nas mãos de Lula

O presidente Lula da Silva, desde o dia 17 de julho, tem até 15 dias úteis para vetar, parcial ou integralmente, o “PL da devastação”.

Organizações indígenas, entidades científicas e ativistas ambientais pedem o veto total, argumentando que o projeto contradiz o discurso do Brasil às vésperas da COP-30.

Foto: Roque Sá/Agência Brasil