Suframa avança na interiorização dos produtos amazônicos
Superintendente Bosco Saraiva se encontrou com o cônsul do Japão com objetivo de incentivar os empresários a investirem na bioeconomia

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 07/06/2023 às 19:59 | Atualizado em: 07/06/2023 às 19:59
O novo superintende da Suframa, Bosco Saraiva, deu mais um passo para implementar uma de suas metas frente da autarquia: interiorizar a industrialização de produtos amazônicos com matéria-prima regional.
Por conta disso, Saraiva se reuniu nesta terça-feira (6) com o consulado japonês, em Manaus, para pedir aos empresários que façam novos investimentos na Amazônia Ocidental.
Dessa vez, o foco são os produtos da bioeconomia como açaí, guaraná, cosméticos, pescado e outros.
Quase ninguém sabe, mas a Suframa e o próprio modelo Zona Franca de Manaus dispõem de incentivos fiscais para atrair os investidores japoneses, a exemplo do que ocorreu com a juta no passado – uma das principais contribuições do Japão para o Brasil – assim como empresas de outros países e indústrias nacionais.
Assim, Bosco Saraiva pretende que eles venham em grande número, alinhados com esse novo momento que se prospecta para a economia local. O encontro foi com o cônsul-geral japonês em Manaus, Masahiro Ogino.
Distrito agropecuário
A agropecuária é parte integrante do modelo Zona Franca de Manaus, através do Distrito Agropecuário da Suframa. Localizado ao norte de Manaus, o distrito dispõe de grandes áreas destinadas a projetos agropecuários e agroindustriais sob a administração da Suframa.
Com uma área total de 589.334 hectares pertencentes às cidades de Manaus e Rio Preto da Eva, no Amazonas, o distrito agropecuário conta com propriedades cultivadas por unidades familiares para consumo próprio, com culturas diversificadas de subsistência.
Assim como tem empreendimentos de médio e grande porte, produzindo de forma empresarial, com grandes áreas plantadas e utilização de equipamentos de fertilização do solo, pulverização, colheita, lavagem do produto e acondicionamento para comercialização.
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Cinturão verde
Com uma extensão de 656,6 km de estradas vicinais reconhecidas pela Suframa, sua área é cortada no sentido Norte/Sul pela BR-174 e em parte no sentido Leste/Oeste, pela rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara).
As atividades agrícolas estendem-se também à área de expansão do distrito industrial, que forma um cinturão verde na cidade de Manaus, voltada para a criação de aves, suínos e bovinos, além de empreendimentos voltados à piscicultura, beneficiamento de madeira e, principalmente, horticultura.
A Suframa, por meio do distrito agropecuário, realiza concessões de lotes de terras para agricultores familiares e empreendedores, assim como faz regularização fundiária destinada àqueles que estão ocupando e produzindo no local.

Cooperação técnica
Segundo o superintendente da Suframa, o objetivo do encontro com o governo do Japão foi estreitar relações e realizar cooperação técnica com um país que possui 30 mil imigrantes no Estado do Amazonas.
Além disso, quase 50 empresas estão no polo industrial de Manaus, que geram aproximadamente 15 mil empregos diretos e beneficiam 110 mil pessoas, indiretamente.
“Exportamos para o Japão peixes ornamentais, que são produtos da região. São espécies que também podem ser adotadas, produzidas aqui e vendidas para o Japão por esses investidores”, disse Saraiva.
Caso haja interesse dos japoneses, a Suframa se compromete a passar as informações tanto ao consulado quanto aos empresários para mostrar a importância e o potencial da região”, explicou o superintendente da Autarquia, Bosco Saraiva.
Relações de seis décadas
As relações de cooperação técnica entre Brasil e Japão tiveram início em 1959 e são reguladas pelo Acordo Básico de Cooperação Técnica Brasil-Japão, tratado assinado em agosto de 1971.
Um dos parceiros dessa relação bilateral é a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica).
Nos últimos 15 anos, a organização chegou a enviar especialistas para realizar trabalhos relativos ao desenvolvimento de uma solução integrada da gestão de resíduos industriais no polo industrial de Manaus.
Agroindústrias
Quem também se entusiasmou como o encontro do superintendente da Suframa, Bosco Saraica, e o cônsul-geral japonês Masahiro Ogino, foi o deputado federal Átila Lins (PSD-AM).
Porém, esse entusiasmo ocorre porque o parlamentar acabou de protocolar projetos de leis, na Câmara dos Deputados, em que criam agroindústrias sustentáveis em 24 municípios do Estado do Amazonas.
Viabilidade econômica
“Esse incentivo que o superintendente da Suframa quer dar ao setor primário, vem a calhar com as minhas propostas de beneficiar os municípios, com a industrialização dos produtos amazônicos. Em toda cidade do interior do nosso imenso Amazonas há um produto, uma vocação local capaz de alavancar a economia, gerar renda e promover o desenvolvimento do interior.
Por fim, Átila Lins informou que vai agendar uma reunião com Bosco Saraiva para discutir a viabilidade dos projetos de agroindústrias nos municípios do Estado do Amazonas.
Foto: divulgação/prefeitura de Maués