Susam esclarece situação dos leitos de UTI para casos de coronavírus
Secretário de Saúde do Amazonas Rodrigo Tobias admite que o sistema é limitado, e que o colapso é possível

Ferreira Gabriel
Publicado em: 03/04/2020 às 17:55 | Atualizado em: 04/04/2020 às 11:53
O secretário de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias, esclareceu hoje, dia 3, a situação de UTI em Manaus. Sobretudo para atender os pacientes do coronavírus (covid-19).
De acordo com suas informações, cinco estão internados na UTI do hospital Delhpina Aziz. Além desses, outros 40 estão ocupados com pacientes de outras doenças respiratórias, alguns deles suspeitos para coronavírus.
Tobias disse que esse cenário foi informado ao ministro da Saúde, Luiz Mandetta. Ele acrescentou que a remoção desses pacientes suspeitos para as UTI depende da confirmação dos exames.
Mortos por outras doenças
Conforme a presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Pinto, é alto o número de casos de outras doenças respiratórias além do coronavírus.
De novembro de 2019 a março deste ano, período sazonal das síndromes respiratórias graves, 49 pessoas morreram vítimas de H1N1. Assim como da influenza B, adenovírus e vírus sincicial no Amazonas.
Tobias afirmou que o governo está tentando comprar respiradores artificiais para equipar novos leitos de UTI no Delphina Aziz.
Ele admitiu que o sistema é limitado, e que o colapso é possível.
“Nosso sistema de saúde é limitado. Não temos leitos de UTI suficientes para enfrentar a pandemia”.
Dez leitos de UTI prometidos pelo Ministério da Saúde para o Amazonas não serão mais entregues. Conforme o secretário, serão substituídos por 15 respiradores.
Quanto à situação de colapso do sistema no Amazonas, Tobias disse que pode ocorrer se a população não colaborar.
“O colapso pode acontecer semana que vem, final do mês, pode acontecer dependendo do aumento do número de casos e só há aumento do número de casos se houver movimentação entre as pessoas. Se as pessoas não ficarem em casa a gente não tem condição de quebrar a cadeia de transmissão do vírus. Se a gente não quebra a cadeia, provavelmente em algum momento nosso sistema que é limitado pode entrar em colapso”.
Foto: Rodrigo Santos/Secom
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