Tiktoker e capivara: Ibama leva deputada Joana à polícia

Sobre ter sido denunciada na polícia, a parlamentar afirmou que é uma retaliação do órgão ambiental

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 26/04/2023 às 20:03 | Atualizado em: 26/04/2023 às 21:21

O Ibama no Amazonas denunciou a deputada estadual Joana D’Arc (PL) em delegacia de polícia de Manaus nesta terça (25). O motivo ainda é a polêmica decorrente da ação contra o tiktoker amazonense e estudante Agenor Tubinambá e sua capivara Filó e outros animais silvestres que cria em Autazes, no interior do estado.

Joana, conforme o Ibama, ameaçou impedir a ação do órgão no episódio que viralizou nas redes sociais. Ela é acusada, por exemplo, de afirmar que não permitiria a apreensão da agora famosa capivara.
O órgão afirmou que essa é medida cautelar necessária para cessar o dano ambiental causado por Tupinambá.

Contudo, essa não é a única denúncia contra a parlamentar. O Ibama a acusa também de ameaçar ir à sede do órgão para fazer escândalo público (“barraco”). Dessa forma, ela colocaria o instituto e seus agentes em risco, uma vez que estaria incitando a população a fazer o mesmo.

Ademais, Joana foi acusada de expor servidor do órgão ao divulgar seu nome em redes sociais. Para o Ibama, essa atitude é crime cibernético, conhecido como “doxxing”, porque colocou em risco a integridade física e moral do servidor público.

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Deputada: ‘Ibama está chateado’

Em resposta ao BNC Amazonas, a deputada se defendeu. “Nunca me dirigi a nenhum servidor específico, sempre falei do Ibama. Nunca falei um nome sequer ou mencionei nas minhas publicações. O que posto são documentos formais do órgão os quais tenho acesso”.

Sobre ter sido denunciada na polícia, Joana afirmou que é uma retaliação do órgão ambiental.

“O que acontece é que o Ibama está chateado com a repercussão nacional negativa. Eu tô defendendo a capivara que mora no habitat dela e defendendo uma família, humilde, pobre, do interior do Amazonas, que está sendo tratado como um criminoso de alta periculosidade”.

De acordo com Joana, sua ação na Justiça é para que a capivara Filó fique no habitat em que está, na fazenda com Tupinambá.

“Eles [Ibama] podem ir lá pegar ela, mas não podem obrigar o Agenor a levar ela. Até porque ela nunca foi retirada daquele lugar”.

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Direito de ser contra

Em conclusão, a deputada disse ter autoridade para ir ao Ibama quantas vezes achar necessário. E que não é contra o órgão, e sim contra a “desproporcionalidade que estão tratando o caso do Agenor”.

“Se em algum momento as pessoas quiserem manifestar contra alguma ação do Ibama, esse direito é nosso”. 

Foto: Divulgação