Universidades federais apoiam criação de centro de pesquisa no Pará

A iniciativa visa integrar instituições de pesquisa e ensino superior na Amazônia, fortalecendo parcerias em Pesquisa, Ensino e Extensão

Ferreira Gabriel

Publicado em: 30/01/2024 às 10:31 | Atualizado em: 30/01/2024 às 10:54

A Universidade Federal do Pará (UFPA) propôs a criação do Centro Integrado da Sociobiodiversidade Amazônica (Cisam) para superar desafios como a escassez de recursos e a retenção de pesquisadores.

A iniciativa visa integrar instituições de pesquisa e ensino superior na Amazônia, fortalecendo parcerias em Pesquisa, Ensino e Extensão.

A implementação do Cisam tem como propósito reduzir desigualdades, aumentar a produção científica e promover soluções sustentáveis para os desafios regionais. Principais objetivos incluem somar esforços para avançar em novas pautas e metas de pesquisa com participação ativa da sociedade amazônida, atuar de forma multidisciplinar na co-produção de soluções socioambientais e promover ações inclusivas de Pesquisa e Extensão, com abordagem “de baixo para cima e de dentro para fora”, destacando a liderança ativa das instituições e pessoas amazônidas.

A proposta do Cisam já conta com a adesão de 13 Universidades Federais (UFs) da Amazônia, representando a integração de mais de 13 mil professores e 203 mil estudantes, distribuídos em 840 cursos de graduação e 323 de pós-graduação em diversas cidades amazônicas. Essa colaboração visa alcançar uma ampla cobertura territorial na Amazônia e promover lideranças das instituições de ensino e pesquisa em áreas remotas, buscando solucionar os diversos desafios enfrentados por essas instituições.

Até o momento, somente as UFs estão incluídas na proposta do Cisam, devido à similaridade de objetivos organizacionais com missões voltadas para Pesquisa, Ensino e Extensão, coerência com a legislação vigente, capacidade de estabelecer parcerias interinstitucionais e expertise na Amazônia. No entanto, a expectativa é que futuramente outras universidades públicas pan-amazônicas e instituições de pesquisa na região também integrem o Cisam.

O projeto está em fase de desenvolvimento, com a proposta de criação de uma sede em Belém e núcleos em todas as demais Universidades Federais na Amazônia Legal.

proposta foi apresentada à Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, ao presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, e foram realizadas reuniões com o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão. O objetivo para o ano de 2024 é avançar nas tratativas para adquirir financiamento.

Ações diversas para uma região hiperdiversa

Propostas de solução e ações para a Amazônia devem levar em conta sua hiperdiversidade sociocultural e ambiental, assim como os variados desafios enfrentados pela região.

É crucial desenvolver um plano estratégico para a alocação de recursos em pesquisa no Brasil, com ênfase especial na Amazônia. Isso inclui a redução das desigualdades regionais na distribuição de recursos para pesquisa e ensino, considerando as ameaças específicas enfrentadas pela região Norte.

Diante disso, o Cisam foi proposto com uma estrutura integrada de oito coordenações para diferentes tipos de projetos, abrangendo: Biodiversidade e Conservação; Monitoramento das Águas, Florestas, do Solo e Clima; Monitoramento do Oceano e da Foz do Amazonas, Contaminação Ambiental e Saúde do Amazônida; Povos e Populações da Amazônia; Cidades, Vilas e Territórios Amazônicos; Dinâmicas Socioeconômicas Territoriais e Fundiárias na Amazônia; Inovação, Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável.

Acreditamos que o Cisam será um catalisador de esforços para a pesquisa na Amazônia, unindo expertises, compartilhando recursos e impulsionando estudos abrangentes. Além disso, visamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida na Amazônia, promovendo ações que influenciem positivamente políticas públicas na região. Atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável na região só será possível ao incluir, ouvir, respeitar e fomentar o trabalho desenvolvido pelas UFs amazônicas.

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