Está confirmada para o dia 8 de dezembro, a partir das 7h, a inauguração da Valer Teatro Livraria e Café, no largo de São Sebastião (rua José Clemente, centro), um espaço cultural com livraria, cafeteria, restaurante gourmet, galeria de artes e salão multiuso (palestras, seminários, festas comemorativas etc).
O comunicado foi feito pelo jornalista e editor Isaac Maciel, diretor-presidente do grupo Valer , durante as atividades que comemoram os 70 anos do Clube da Madrugada, movimento cultural, artístico e político que transformou as artes amazonenses a partir das décadas de 1950.
Maciel disse que abriu o espaço para o colóquio por considerar o valor histórico e a importância simbólica do clube para as artes amazônicas.
“Ainda estamos em obras”, disse o empresário aos presentes.
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Lançamentos
A programação do evento, realizado neste fim de semana, no salão multiuso do novo empreendimento cultural, contou com palestras e recitais baseados na história e nas obras dos madrugadistas e lançamento dos livros “Clube da Madrugada: presença modernista no Amazonas”, de Tenório Telles; e “Flifloresta: do sonho à realidade”, de Carlos Lodi.
Palestraram os escritores Zemaria Pinto, Marcos Frederico Krüger, Leyla Leong, Tenório Telles, Elson Farias, Ana Maria Daou, Otoni Mesquita e Rita Oliveira. Neiza Teixeira e Thiago Ronei atuaram como mediadores.
O Clube da Madrugada fez aniversário de 70 anos de fundação.
A história começa com um pequeno grupo de intelectuais que se reunia ao redor do mulateiro da praça da Polícia (hoje praça Heliodoro Balbi) com o propósito de criar estilos artísticos que arejassem o marasmo cultural da época.
Entre os madrugadistas de vanguarda estão Jorge Tufic, Luiz Bacellar, Thiago de Mello, Antísthenes Pinto, Astrides Cabral, Alencar e Silva, Farias de Carvalho, L. Ruas, Elson Farias, Ernesto Penafort, Max Carphentier, Guimarães de Paula, Artrur Engrácio, Carlos Gomes, Erasmo Linhares e Francisco de Vasconcelos.
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Novo encontro
Durante os debates surgiram novos fatos e interpretações a respeito dos objetivos, realizações e fatores que projetam o clube até os dias de hoje na cena cultural amazonense.
Essa contestação fez o poeta e crítico de arte Tenório Telles propor novos encontros que tratem dos desdobramentos do legado do clube à criação artística regional e brasileira.
“Penso que o grupo Valer vai incentivar esse tipo de discussão. Já estamos prontos para realizar outro colóquio que aprofunde novos temas levantados aqui”, afirmou Telles.
Palestrantes, debatedores e espectadores concordaram que ainda existem muitas lacunas que precisam ser preenchidas na história e obras do CLUBE, que foi atuante por ao menos três décadas.
Entre as questões que se sobressaem estão a provável influência “tardia” do movimento modernista de 1922 (Semana da Arte Moderna, ocorrida em São Paulo); as motivações para criação do clube (artística, social e política); a demarcação das prováveis gerações; e, por fim, uma provável resposta à pergunta corrente: “Afinal, o clube ainda existe?”.
Esses e outros temas devem permanecer nos futuros colóquios porque eles abrem abordagens que se limitaram a interpretações dos próprios clubistas e seguradores, que atuam itinerários sem contramão, conforme Maciel.
O colóquio dos 70 anos mostrou, também, que existe um número razoável de pesquisas acadêmicas que ampliam o olhar para outros aspectos da história do clube até então desconhecidos do público.
“E os debates, certamente, irão gerar novas pesquisas e novas abordagens”.
Foto: divulgação