Vazante: 35 fábricas da ZFM dão férias coletivas a 25 mil trabalhadores

Produção industrial vai parar por causa da vazante recorde dos rios, que impede chegada de insumo e escoamento de produtos do Amazonas.

17/10/2023 08:57

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas

Os feitos da vazante atípica nos rios da região começam a provocar forte impacto na economia da ZFM (Zona Franca de Manaus) e, por tabela, do Amazonas.

Por exemplo, na semana que vem, 35 empresas do polo industrial da ZFM vão mandar seus trabalhadores para casa, em caráter extraordinário, em regime de férias coletivas.

Entre as fábricas que vão parar a produção até o dia 4 de novembro estão as gigantes LG, Samsung, Yamaha e Philco.

Ao todo, 25 mil trabalhadores vão para casa.

O acordo de férias coletivas começou a ser homologado ontem no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.

Contas públicas

O impacto nas receitas do Governo do Estado e das prefeituras será inevitável.

Isso porque a maior fatia da arrecadação do ICMS sai da venda de mercadorias da ZFM para outras regiões do país.

É desse comércio que se compõe também o orçamento do Estado e das prefeituras.

Natal

A crise pode se estender até o Natal. Esse cenário não é descartado pelas empresas. É o que diz o presidente da Eletros, organização empresarial que representa as gigantes da Zona Franca Manaus, Jorge Nascimento Júnior.

“Se continuar por mais uns 20 dias com essa situação de seca e piorando, para o Natal há risco de atendimento”, disse ele.

O presidente da Eletros também fez cobrança ao governo federal.

“Não estamos vendo notícias e informações de que as ações de dragagens estão sendo realizadas, mesmo o governo federal tendo anunciado mais de 100 milhões em investimentos para isso. Situação muito preocupante”.

Assim sendo, a situação de crise nas finanças do Estado começa a ficar mais claro. Isso porque nos seis primeiros meses do ano o governo estadual teve uma frustração de receita de mais de R$ 1 bilhão.

Na quarta-feira, dia 11, o governador Wilson Lima revelou que o Estado já estava sendo afetado pela queda na arrecadação da venda de combustíveis.

Isso tudo como consequência da vazante atípica nos rios da região.