Vazante assustadora: rio Negro perde quase 30 cm em 24 horas 

Mantida a média diária de descida da água, o rio Negro vai bater o recorde de 2023 muito tempo antes. Hoje já está 4 metros mais baixo.

Vazante Seca dos rios do Amazonas - queda nas receitas do Estado

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 03/09/2024 às 15:16 | Atualizado em: 03/09/2024 às 15:18

O rio Negro registrou neste dia 3 de setembro uma marca de vazante que assusta ainda mais sobre uma iminente seca recorde, pelo segundo ano consecutivo.

Em 24 horas, o rio que banha a capital do Amazonas, de oeste a leste, vazou quase 30 centímetros. Foram exatos 27 cm de ontem para hoje, terça-feira.

Dessa forma, essa marca se configura como a cota diária de descida da água neste ano, desde que o rio começou o movimento de seca, em 23 de junho.

A aceleração de vazante já preocupava há duas semanas, quando, no dia 20 de agosto, o Negro chegou a vazar 20 cm.

De lá para cá, a vazante só fez aumentar, chegando a registrar 26 cm em 30 de agosto.

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Comparação

A preocupação com a vazante do rio Negro pode aumentar. É que o nível da água hoje já é quase 4 metros mais baixo que o de 2023, a maior seca já registrada no Amazonas nos últimos 100 anos.

Nem mesmo na crise histórica do ano passado o volume de água na régua do porto de Manaus ficou abaixo de 20 metros no dia 3 de setembro. Hoje, com a perspectiva de vazante pelo menos até o final de outubro, o rio Negro já pode amanhecer nesta quarta-feira abaixo de 19 metros, se essa média diária se manter.

No ano passado, o menor nível da história do Negro foi anotado no dia 28 de outubro: 12,7 metros. Ou seja: da forma como o rio Negro seca hoje, o recorde pode acontecer, portanto, muito antes do fim de outubro.

Veja a comparação do dia 3 nos últimos quatro anos

AnoDescidaCota
202111cm26,63 m
202210cm26,04 m
202319cm23,23 m
202427cm19,26 m
Fonte: Proa

Pela tabela acima, é possível ver que o nível do Negro está mais baixo do que estava em 3 de novembro de 2023. A diferença é de quase 4m (3,97m).

Foto: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas