Venezuela x Guiana: vídeos mostram tensão na fronteira com Brasil

A região está tensionada desde quando o presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que vai anexar ao seu país a região do Essequibo guianense

Wilson Nogueira, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 11/12/2023 às 10:21 | Atualizado em: 12/12/2023 às 15:37

Vídeos que circulam entre grupos de militares brasileiros mostram soldados em exercício de guerra, provavelmente na fronteira da Venezuela com Brasil.

A região está tensionada desde quando o presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que vai anexar ao seu país a região do Essequibo guianense.

Venezuela e Guiana reivindicam a posse do Essequibo há 200 anos. Por determinação de acordo internacional, a região está em poder da Guiana, antiga colônia da Inglaterra.

Para conseguir uma conquista por terra e ar, a Venezuela terá que atravessar o território brasileiro. E o mais provável, caso não consiga apoio do Brasil, terá que ultrapassar a região montanhosa para, então, penetrar no território da Guiana.

É nesse contexto que os filmes das redes sociais ganham importância entre as tropas brasileiras na região. Eles permitem a observação do modus operandi do potencial inimigo.

Maduro, para ilustrar a sua ameaça, se vale de um plebiscito realizado no dia 3 deste mês, por meio do qual mais de 95% dos que compareceram às urnas disseram sim à anexação do Essequibo guianense.

A região é composta de floresta e rica em petróleo, ouro, diamantes e outros minerais de grande valor comercial.

Como medida preventiva, o governo brasileiro mobiliza soldados e equipamentos bélicos na fronteira com a cidade guianense de Lethem, a partir do município de Bomfim, em Roraima, na fronteira com a Guiana.

Em outro, militares se movimentam em Pacaraima, também em Roraima. Informações de pessoas que moram nessa área dão conta de que são comandantes de batalhões brasileiros que vistoriam a guarda da fronteira.

Confira nos vídeos:

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Violência

Brasileiros que moram em Lethem e em Bomfim disseram que os venezuelanos estão sendo expulsos da Guiana de forma violenta. 

“Há uma caça aos venezuelanos. Os encontrados são, na maioria das vezes, espancados e expulsos sumariamente pela população”, disse uma moradora da cidade guianense.

A polícia da fronteira da Guiana não permite a entrada de venezuelanos no país. Há uma fiscalização rigorosas nos documentos e carros das pessoas que visitam Lethem através do território brasileiro.

Não há restrição a brasileiros, embora tenham que, também, passar pela revista rigorosa da guarda de Lethem.

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Distensionar

O governo brasileiro, segundo o próprio presidente Lula da Silva, acompanha o momento da crise de retórica entre os dois países vizinhos com preocupação, e já se ofereceu para negociar com a Georgetown (capital da Guiana) e Caracas o avanço de um estado de beligerância mais crítico.

Mesmo assim, o Brasil anunciou que pode mobilizar até 20 mil soldados e equipamentos de guerra para proteger a sua fronteira com os dois países em litígio.

Foto: reprodução/vídeos