Conheci Francisco Ednaldo Praciano, o “Praça”, para os mais íntimos, em 1996. Naquele momento, ele panfletava em frente ao portão da minha escola; estava em campanha para a sua reeleição naquele ano.
A simpatia foi imediata. Peguei o folheto de suas mãos e, antes da aula começar, o li por inteiro. O folheto trazia informações sobre o seu trabalho na Câmara Municipal de Manaus no período de 1991 a 1996 – era uma espécie de prestação de contas junto a propostas a serem desenvolvidas no novo mandato.
Praciano foi reeleito naquele ano e seguiu sua combativa carreira no legislativo. Ao todo, foram cinco mandatos de vereador e dois mandatos de deputado federal. Este ano, o “velho Praça” está de volta à cena política amazonense – para o bem da sociedade e de todos nós.
Mas esse não é um político qualquer, Praciano é um homem público e isso é fundamental nos tempos hodiernos, pois há diferenças importantes entre ambos. O homem público é um ser devotado à res publica , ou seja, à coisa pública, já o político, geralmente, é apenas um alpinista social.
Ainda, o homem público tem como premissa os interesses dos cidadãos da polis , ele não vê a política como um meio, mas como um fim. Além disso, tudo o que faz não se volta ao alcance de seus objetivos privados, mas a tornar a vida de seus compatriotas cada vez melhor.
A atuação e as ações do homem público se dá à lume na esfera pública e não na vida privada, nos recônditos, no submundo ou no “estacionamento do Palácio” para conspirar contra os interesses nacionais e articular ações pouco republicanas.
Praciano é a antítese disso: é um republicano e, também, um democrata, no sentido grego clássico, pois sempre defendeu a isonomia e a isegoria, em que todos são iguais perante a lei, bem como responsivos diante do que é público. Trata-se, portanto, de uma pessoa ética e qualificada para exercer um cargo público.
Com formação em economia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Praciano sempre foi um amante da ciência, da arte, da poesia, além de um apreciador das rodas de viola, da boa culinária amazônica e, acima de tudo, da amizade.
É essa amizade que me levou a escrever este texto com alegria, com esperança e com amor. Amor pelo Amazonas, pela Amazônia, esse mosaico de terras, florestas e águas tão importante para o Brasil e para o mundo, mas que, paradoxalmente, é tão mal representado nos parlamentos locais e no âmbito federal.
Praciano é um homem necessário à política amazonense e brasileira, nunca fez mal uso do dinheiro público e sempre tratou a coisa pública com ética e responsabilidade. Ele não enriqueceu com a política, aliás, quando adoeceu gravemente, teve que contar com a solidariedade de parentes e amigos para o custeio de seu tratamento.
No percurso de sua trajetória política e como cidadão comum, sempre esteve à frente de lutas importantes. Lembro-me de sua atuação contra a privatização da Companhia de Água do Amazonas (COSAMA), um patrimônio do povo manauara, vergonhosamente privatizado pelo governo do estado em julho de 2000.
Ocorre que, vinte e dois anos depois, Manaus, que está localizada à margem esquerda do Rio Negro, um dos maiores rios da Amazônia continua com os mesmos problemas de abastecimento de água e falta de esgoto, ou seja, Praciano estava certo em ser contrário à privatização da companhia naquele ano, a história está a seu favor.
Como deputado federal, Praciano não parasitou a Câmara e seus recursos, foi ativo e combativo, assumindo a coordenação da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção e participando, ainda, como titular de várias comissões, tais como, as de desenvolvimento, indústria e comércio, integração nacional, desenvolvimento regional e da Amazônia, bem como da comissão de educação.
Francisco Ednaldo Praciano nasceu no município de Amontada (CE), no dia 18 de fevereiro de 1952, mas o seu coração é amazonense, sua vida toda está no Amazonas. Ele é o cearense mais amazonense que já vi, o que me leva a escrever: “o Praça é nosso”!
Seja bem-vindo à cena política novamente, Praça, o Amazonas te recebe de braços abertos. De minha parte, espero ver-te em breve e te dar um abraço, meu nobre amigo.
*Sociólogo