Aliados de Bolsonaro reagem contra privatização da Petrobrás
Interlocutores do governo desaprovam eventual privatização da petroleira, e Planalto busca alternativas às vésperas das eleições

Mariane Veiga
Publicado em: 14/05/2022 às 13:26 | Atualizado em: 14/05/2022 às 14:37
O primeiro ato de Adolfo Sachsida no comando do Ministério de Minas e Energia sobre a Petrobrás não agradou aliados de Jair Bolsonaro (PL), o que tem preocupado o círculo mais próximo ao presidente.
Logo após assumir, o ministro anunciou que entregou à equipe econômica do governo estudos sobre a privatização da petroleira.
Articuladores da reeleição do chefe do Executivo federal, por exemplo, estão divididos. Enquanto parte defende que a pauta tem força eleitoral, outra argumenta que eventual privatização da estatal em ano de eleições pode manchar a imagem do presidente e dificultar o plano de o mandatário seguir no comando do país.
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Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, a proposta pode virar “um tiro no pé”. Esses mesmos aliados dizem que o anúncio do governo já começa a ter o efeito contrário ao desejado.
Nessa sexta-feira (13), o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirmou que, caso o presidente Jair Bolsonaro “ouse pautar a privatização da Petrobras”, a categoria entrará imediatamente em greve. O petroleiro alertou ainda que esta seria “a maior greve da história”.
Caminhoneiros devem se reunir neste domingo (15) para decidir se a categoria vai fazer greve nacional em protesto contra a alta de 8,87% no preço do diesel.
Aliados do governo dizem que, embora parte dos caminhoneiros tenha comprado o discurso de Bolsonaro de que a responsável pela alta dos combustíveis é da Petrobrás, o posicionamento não diz respeito à categoria inteira.
Defendem ainda que o governo pode afastar eleitores com uma eventual privatização da empresa, além de “dar munição à esquerda”.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil