Com 19,1 casos a cada 100 mil habitantes, o Amazonas tem maior coeficiente do país em contaminados pelo coronavírus (covid-19). Dessa maneira, o estado toma a posição do Distrito Federal, líder proporcional até esta terça (7), com 16,7 ocorrências.
Em terceiro lugar no ranking do Ministério da Saúde está São Paulo (14,5). Depois, Ceará (14,1), Amapá (12,4) e Rio de Janeiro (11,2).
A média nacional é de 7,5 casos a cada 100 mil. Portanto, o Amazonas se aproxima do triplo desse índice.
Com 95% dos leitos ocupados, o Amazonas já se aproxima do colapso no sistema de saúde. Nesta quarta (8), o Governo do Estado anunciou a troca de comando na Secretaria de Saúde (Susam).
No lugar de Rodrigo Tobias assumiu a pasta a biomédica Simone Papaiz. Ela ocupava, até há pouco tempo, a Secretaria de Saúde de Bertioga, município no litoral paulista.
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“Se eu estivesse em Manaus, estaria extremamente preocupado”, diz Mandetta
Balanço de Mandetta
Na entrevista diária, hoje, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, comentou a troca de secretários no Amazonas.
“Manaus nos preocupa muito. Hoje teve troca de secretários de Saúde lá em Manaus. Isso é algo que a gente não quer entrar em detalhes, mas nós precisamos de pessoas que já estejam habituadas com a rede para que a gente não tenha que começar tudo do zero”.
Sobre os estados com alto coeficiente de incidência, Mandetta considerou locais que devem ter extremo cuidado.
“Gestores, repactuem suas redes, ampliem seus leitos, administrem seus recursos humanos, otimizem os seus EPI [equipamento de proteção individual]”.
Para a população brasileira, Mandetta mandou outro recado:
“Colabore. O vírus adora contato. Ele quer que as pessoas desobedeçam a toda e qualquer racionalidade. Ele joga exatamente com essa questão ligada à urgência do fato. É disso que ele se nutre para se multiplicar”.
Segundo o ministro, a maior preocupação é que alguns estados têm sistemas frágeis para enfrentar a situação em espaço curto de tempo.
Ainda conforme ele, outro problema é a falta de respiradores nos hospitais para enfrentar o pico da doença.
“Nós estamos acionando, na velocidade máxima, a indústria nacional. Isso leva tempo”.
E reconheceu, ademais, que ainda não tem respiradores suficientes para atender aos estados. “Vai ter a hora que nós vamos ter a quantidade ideal, mas nós não temos ainda”.
Sobre os EPI, Mandetta informou que está recebendo a primeira carga e vai repassar dinheiro a estados para que continuem comprando.
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Primeiro caso ianomâmi
O ministro também comentou o primeiro caso da doença no povo indígena ianomâmi, que habita terras nos estados do Amazonas e Roraima.
Trata-se de um adolescente de 15 anos, internado em UTI de hospital de Boa Vista (RR).
Mandetta diz que o registro preocupa. “Nós temos extrema preocupação com as comunidades indígenas. Estamos extremamente atentos há muito tempo”.
Conforme disse, todas as aldeias já estão fechadas para pessoas de fora.
E lamentou que indígenas não queiram ficar em isolamento fora das aldeias.
“Isso tem sido extremamente complexo, mas nós estamos com todas equipes trabalhando no sentido de ajudá-los”.
Foto: Marcello Casal Júnior/Agência Brasil