AM se une, arma-se contra IPI de Bolsonaro, mas vê brecha para diálogo
Os membros da reunião, de forma unânime, não são contra a redução do IPI, mas também defendem que se mantenham as vantagens comparativas do PIM

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 28/02/2022 às 13:55 | Atualizado em: 02/03/2022 às 16:10
Três dias depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) editar um decreto que fere de morte a ZFM, políticos e líderes empresarias se reuniram em resposta à medida.
A reunião foi para mostrar convergência do Amazonas, inclusive de apoiadores do presidente, contra a medida. Foi também para colocar na mesa as armas e munições que dispõe o Estado nesse confronto.
Mas a decisão do encontro foi de discutir uma solução ainda em estado de paz.
Isso por que a decisão final da reunião foi abrir diálogo com o presidente da República e com o ministro da economia, Paulo Guedes.
Este tem sido a principal arma do governo contra o modelo Zona Franca.
A reunião foi comanda pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que tem se mostrado potencial apoiador de Bolsonaro nas eleições que vêm e pelo senador Omar Aziz (PSD) que se tornou, desde a CPI da pandemia, um dos principais opositores do atual governo federal.
Além deles, estiveram presentes também deputados federais (Bosco Saraiva, Marcelo Ramos e Delegado Pablo), representantes de entidades com Fieam, CIEAM, Eletros e Abraciclos, as três mais importantes do PIM.
Também participou da reunião nesta segunda-feira de carnaval o presidente da ALE-AM, Roberto Cidade, secretários de estado e vereadores de Manaus.
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Propostas
A proposta é que o Amazonas vai levar ao governo será a de excetuar os produtos fabricados no PIM dos itens alcançados pelo decreto de sexta-feira (25).
As autoridades não deram detalhes sobre essa excepcionalidade, mas no começo das discussões, quando a imprensa aindavestava na sala, o senador Omar Aziz, coordenador da bancada do Amazonas no Congresso, sugeriu que fosse mantida a excepcionalidade de IPI de produtos fabricados no país com PPB aprovado.
Outra proposta também não detalhada foi a adoção de créditos presumidos como já ocorre hoje na Zona Franca.
Segundo o deputado federal, Marcelo Ramos, o decreto não afeta somente que trabalha no distrito. O vice-presidente da Câmara disse que isso afeta os serviços públicos do Amazonas.
Em suma, a reunião com o ministro Paulo Guedes será na próxima semana em data ainda não divulgada.
Foto: BNC AMAZONAS