Amazonas contesta CNI sobre perdas na ZFM com tarifa dos EUA

Serafim Corrêa esclareceu que a maior parte da produção da ZFM é para o mercado interno brasileiro.

Da Redação do

Publicado em: 30/07/2025 às 21:30 | Atualizado em: 30/07/2025 às 21:36

O Governo do Amazonas, por meio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti), Serafim Corrêa, rebateu neste dia 30 de julho estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que projeta uma perda de R$ 1,1 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do estado em razão da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, prevista para vigorar a partir de 1º de agosto.

O relatório da CNI estima que o Amazonas sofrerá uma queda de 0,67% no PIB estadual, com R$ 1,1 bilhão em perdas decorrentes das exportações para o mercado americano, concentradas em setores industriais como equipamentos de transporte, derivados de petróleo e máquinas e equipamentos.

“ZFM exporta pouco aos EUA”

Em contrapartida, o secretário Serafim Corrêa defende que o impacto será marginal.

Segundo os dados apresentados pela Sedecti, apenas 1,5% do faturamento da Zona Franca de Manaus (ZFM) corresponde a exportações, e menos de 10% desse montante tem os EUA como destino, o que representa 0,15% do faturamento total do polo industrial de Manaus.

Corrêa afirma que “a maior parte da produção do polo industrial de Manaus destina-se ao mercado interno brasileiro, o que reduz significativamente o impacto da medida anunciada”.

Suframa e Fieam de acordo

Além da Sedecti, outras entidades do estado, como a Suframa e a Fieam, também minimizam o efeito direto da tarifa sobre a ZFM.

O superintendente da ZFM (Suframa), Bosco Saraiva, classificou o impacto como “quase insignificante”, destacando o baixo volume exportado para os EUA (cerca de US$ 99 milhões em 2024), frente a US$ 1,4 bilhão importados do país norte-americano.

Já o vice-presidente da Fieam, Wilson Périco, acrescenta que os possíveis efeitos adversos devem vir indiretamente, especialmente por meio da valorização do real caso haja impacto cambial, o que encareceria insumos e produtos industriais no Amazonas.

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Panorama em disputa

Enquanto a CNI aponta um risco econômico considerável para a indústria do Amazonas, as autoridades e entidades locais descartam impactos relevantes sobre a ZFM, reforçando que o grosso da atividade econômica permanece voltado ao mercado interno e que as exportações para os EUA são limitadas.

Foto: reprodução/Instagram