“Amazonas já passou do vermelho e entrou na fase roxa”, revela FVS
A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Pinto apontou um nível muito alto de risco no cenário epidemiológico do estado

Gabriel Ferreira, da redação do BNC Amazonas
Publicado em: 04/01/2021 às 16:02 | Atualizado em: 04/01/2021 às 16:03
Os altos números de contaminações, internações e mortes causados pelo coronavírus (covid-19) mostram que o Amazonas já saiu da fase vermelha e hoje está na roxa.
Essa é a avaliação da diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Pinto, feita nesta segunda (4). Conforme ela, a doença alcançou um alto índice de risco no estado.
“A nossa análise de risco está apontando, que nós estamos em um nível muito alto, muito alto risco. Portanto, nós saímos da fase vermelha, estamos na roxa”.
De acordo com Rosemary, os casos de contaminações do coronavírus cresceram 120% em novembro e dezembro só na capital Manaus. Nesse período, o salto foi de 1.573 para 3.452 casos.
Quando a comparação é feita sobre os números de todos os 62 municípios do Amazonas nesse período, o aumento é de 47%. De 3.690 para 5.431 casos.
Contudo, esse balanço do interior do estado é diariamente prejudicado pela falta de transparência de boa parte dos municípios. Em certos dias, metade deles não passa as informações exigidas pela FVS para o controle da doença.
Apesar disso, o Amazonas mantém números elevados do coronavírus.
Segundo Rosemary, a média móvel de novos casos chega a 700 pessoas diariamente. De igual modo, os óbitos, que registrou média móvel de 66% nos últimos 14 dias.
“Nós, em uma semana, passamos de 86 óbitos na penúltima semana para 99 óbitos na semana passada”.
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Sem leitos
Diante desse quadro, a FVS aponta aumento da demanda por atendimento na rede de saúde, tanto pública quanto privada.
Conforme Rosemary, a ocupação de leitos subiu 94% em 14 dias. sendo que foi 163% no número de leitos na rede privada.
Como resultado, de acordo com a diretora, o Amazonas hoje tem necessidade de 59% de leitos de UTI na rede pública e de 113%, na privada.
“Isso quer dizer que na rede privada nós estamos com 100% de ocupação. Todas as unidades privadas estão com seus leitos clínicos e de UTI ocupados”, afirmou.
Foto: Reprodução/vídeo