Amazônia também foi alvo das mentiras de Bolsonaro na ONU
Bolsonaro omitiu que entre agosto de 2019 e julho de 2020 a exploração de madeira na Amazônia foi quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 21/09/2021 às 13:03 | Atualizado em: 21/09/2021 às 17:31
A Amazônia também foi alvo das mentiras do presidente Jair Bolsonaro na 76ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), hoje (21), em Nova York.
Por exemplo, em cerca de 12 minutos, além de atacar a imprensa, passou informações falsas e fora de contexto sobre o combate ao desmatamento na Amazônia.
Assim como, ele enalteceu as manifestações de 7 de Setembro, e insistiu em práticas erradas no combate à pandemia de covid-19, com críticas ao lockdown e apoio ao tratamento precoce. Como informa o UOL.
“Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção”, começou o presidente, primeiro chefe de Estado a falar, como manda a tradição.
Assim, ele reforçou o discurso aos apoiadores internos, que lotavam a caixa de comentários do canal oficial da ONU no YouTube.
“Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa?”.
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Do mesmo modo, como nos discursos de 2019 e 2020, Bolsonaro defendeu que o governo tem trabalhado pela preservação da Amazônia, o que é mentira.
Entre outros dados, repetiu que o país usa apenas 8% de seu território para a agricultura, o que é um número enganoso.
Nesse sentido, Bolsonaro disse que o desmatamento caiu 32% apenas em agosto.

Na verdade, entre janeiro e agosto de 2021, o desmatamento foi de 6.026 km², queda de 32% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Além disso, o dado foi apresentado sem contexto, já que o valor é quase o dobro do registrado entre janeiro e agosto de 2018, antes do início desta gestão, de 3.336 km².
Dessa maneira, durante o discurso, Bolsonaro omitiu que entre agosto de 2019 e julho de 2020 a exploração de madeira na Amazônia foi quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Ao menos 11% da exploração ocorreu em áreas protegidas.
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Foto: Divulgação/IBAMA