Amazonino, Arthur e Lula sĂ£o peças chaves no jogo eleitoral de 2018

Publicado em: 09/03/2018 Ă s 06:12 | Atualizado em: 09/03/2018 Ă s 06:12

Por Rosiene Carvalho,  da RedaĂ§Ă£o

 

A definiĂ§Ă£o dos nomes que vĂ£o disputar o Governo do Amazonas em 2018 e das alianças no estado depende dos prĂ³ximos passos do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), do governador Amazonino Mendes (PDT) e do ex-presidente LuĂ­s InĂ¡cio Lula da Silva (PT).

A opiniĂ£o Ă© dos pesquisadores e analistas polĂ­ticos AfrĂ¢nio Soares da Action Pesquisa de Mercado e Durango Duarte da #Pesquisa365. Os dois sĂ£o os pesquisadores que hĂ¡ mais tempo trabalham analisando as eleições no Amazonas e apontam os trĂªs como peças chaves na definiĂ§Ă£o do quadro de candidaturas.

Nesta semana, quando abre o primeiro prazo fatal deste pleito – a  janela da infidelidade-, o Estado conta com quatro prĂ©-candidatos ao governo: o governador Amazonino Mendes  (PDT), o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD), o senador Omar Aziz (PSD) e o policial federal JĂºnior Brasil (Rede).

Para os dois pesquisadores, os movimentos que serĂ£o possĂ­veis para Arthur, Amazonino e Lula sĂ£o os fatores que faltam para deixar claro o quadro de candidaturas e alianças no Estado.

Segundo AfrĂ¢nio e Durango, estĂ£o travados nos trĂªs engrenagens importantes na definiĂ§Ă£o de candidaturas: tempo de TV, fundo partidĂ¡rio e apoio da mĂ¡quina.

O PSDB de Arthur Ă© cotado na construĂ§Ă£o do palanque do senador Omar Aziz. Os tucanos, o PT e o MDB de Eduardo Braga sĂ£o os partidos com maior nĂºmero de vagas na CĂ¢mara dos Deputados e, portanto, com maior tempo de TV.

 

DesincompatibilizaĂ§Ă£o de Arthur

“Mas surpresas podem acontecer. Se o Arthur renunciar, ele pode mudar toda a engenharia polĂ­tica. Temos que primeiro esperar o dia 7 de abril. NĂ£o dĂ¡ para descartar o Arthur Neto. PolĂ­tica sabe como Ă©…”, disse Durango Duarte.

O PT de Lula, antes  da condenaĂ§Ă£o pelo TRF 4, queria que o deputado estadual  JosĂ© Ricardo (PT), segundo colocado em Manaus nas Eleições Suplementares, fosse candidato ao Governo do Estado.

ApĂ³s a confirmaĂ§Ă£o unĂ¢nime da condenaĂ§Ă£o de Lula, o partido o lançou como prĂ©-candidato Ă  presidĂªncia. Mas as dificuldades para garantir que o nome dele esteja nas urnas e evitar sua prisĂ£o aumentaram.

Temendo atrofiar, a prioridade passou a ser as candidaturas para o cargo de deputado federal. Mais uma vez JosĂ© Ricardo Ă© a opĂ§Ă£o.

 

Sem PT, David enfraquece

Durango Duarte  afirma que se Lula conseguir ser candidato, pode vir do PT mais uma candidatura ao Governo do Estado no Amazonas, o que tambĂ©m altera o cenĂ¡rio.

Caso contrĂ¡rio, o tempo de TV da  sigla, um dos maiores, serĂ¡ disputado pelos prĂ©-candidatos. O presidente da ALE-AM, David Almeida, tem mantido conversas constantes com a sigla. O objetivo Ă© que os petistas possam dar a sustentaĂ§Ă£o necessĂ¡ria Ă  sua candidatura.

“Se o David nĂ£o tiver o PT ou o PT for para um desses dois (Omar ou Amazonino) fica difĂ­cil para ele. NĂ£o vou dizer inviĂ¡vel. Mas a desproporcionalidade Ă© enorme. Veja o que ocorreu com o Marcelo Serafim na eleiĂ§Ă£o passada”, disse o pesquisador AfrĂ¢nio Soares.

Amazonino Mendes, que estĂ¡ no comando da mĂ¡quina estadual, tambĂ©m precisa agregar partido de peso para uma disputa equilibrada. Com o racha no grupo que o elegeu, resta a Amazonino namorar com o tempo de TV que o MDB do senador Eduardo Braga pode e demonstra querer oferecer.

“NinguĂ©m acerta cenĂ¡rio antes do dia 5 de agosto. Mas algumas coisas ficarĂ£o mais claras a partir do dia 7 de abril, a data final desincompatibilizaĂ§Ă£o de cargos”, declarou Durango Duarte.

 

Governo deve ser disputado por sete candidatos

Durango Duarte  acredita que, este ano, a disputa pelo Governo do Estado deve ter sete candidaturas. As trĂªs primeiras e com maiores chances de competitividade sĂ£o de Amazonino Mendes, David Almeida e Omar Aziz.

“A quarta pode vir do PT. Tem duas ou trĂªs candidaturas de partidos menores, que nĂ£o costumam alterar o resultado, mas sĂ£o candidaturas que sempre existem e precisam ser consideradas. No final, a disputa deve ter sete candidatos ao Governo”, analisou Durango.

O dono da #Pesquisa365 disse que a indefiniĂ§Ă£o tambĂ©m deve acompanhar o eleitor e tornar os resultados das pesquisas mais instĂ¡veis. “O eleitor estĂ¡ desconfiado e vai demorar muito para tomar decisĂ£o. A maioria deve tomar a decisĂ£o na reta final e, por isso, as pesquisas virĂ£o com muita oscilaĂ§Ă£o atĂ© a reta final”.

 

Rebecca nĂ£o serĂ¡ candidata

Os dois pesquisadores afirmam que Rebecca Garcia nĂ£o serĂ¡ candidata ao Governo do Estado em 2018 e que a ex-superintendente da Suframa Ă© um bom nome para o Senado ou para o cargo de vice-governadora.

AfrĂ¢nio Soares sustenta sua conclusĂ£o sobre Rebecca na divisĂ£o de partidos com tempo de TV e fundo partidĂ¡rio em torno dos nomes que jĂ¡ estĂ£o circulando como prĂ©-candidatos: David  Almeida namora o PT, Omar Aziz o PSDB de Arthur VirgĂ­lio Neto e Amazonino Mendes o  MDB de Eduardo Braga.

“Nessa dança das cadeiras, Rebecca Ă© a primeira a sair da brincadeira por nĂ£o ter um desses  partidos.  A possibilidade mais real para Rebecca Ă© ser vice-governadora ou vir para o Senado”, disse AfrĂ¢nio Soares.

Durango concorda que a terceira colocada nas Eleições Suplementares de 2017 nĂ£o deve se lançar novamente em 2018 para o mesmo cargo.

“A Rebecca nĂ£o é candidata ao governo. Ela Ă© uma fortĂ­ssima candidata ao Senado. Ao governo seria incoerĂªncia. Ela tem no David Almeida um parceiro para o projeto polĂ­tico e nĂ£o sairiam divididos. Separados os dois perdem força”, disse Durango Duarte.

AfrĂ¢nio Soares cogita o nome de Rebecca  para vice de Amazonino Mendes. O pesquisador disse perceber o PP flertando com outras siglas, embora tenha anunciado acordo com David  Almeida. O anĂºncio, cuidadosamente espalhado por David, nĂ£o deixa de ser um trunfo dele contra o PP caso o acordo seja quebrado.

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