Fim da janela da infidelidade põe fogo na pré-campanha eleitoral

Publicado em: 25/03/2018 Ă s 11:23 | Atualizado em: 25/03/2018 Ă s 11:33
Da RedaĂ§Ă£o
A semana que marca 14 dias para o final do prazo da janela da infidelidade e cerca de quatro meses para o registro de candidatura termina com o holofote publicamente em dois pré-candidatos ao governo: o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSB), e o governador Amazonino Mendes (PDT), enquanto o senador Omar Aziz (PSD), outro que deve entrar na disputa, movimenta-se nos bastidores.
Os dois prazos sĂ£o fatais para quem quer disputar as eleições 2018. No primeiro, haverĂ¡ uma boa sinalizaĂ§Ă£o do quadro de alianças para este ano apĂ³s aliados do cacicado definirem as novas siglas.
O segundo prazo, inevitavelmente, apĂ³s as possĂveis traições e adesões de Ăºltima hora, vĂ£o deixar claras as alianças partidĂ¡rias para disputa deste ano.
Amazonino, que estĂ¡ na vitrine, sofre naturalmente as maiores ofensivas neste perĂodo. O agravamento sĂ£o as nuances peculiares ao contexto polĂtico do governo tampĂ£o dele. Todo governo Ă© atacado por todos os adversĂ¡rios e reage a isso com a força da mĂ¡quina.
No caso de Amazonino, variĂ¡veis ditam neste momento os prejuĂzos: base aliada muito fragilizada na ALE-AM, servidores pĂºblicos de importantes categorias se revezando em protestos nas ruas e crĂticas pimentosas do prefeito de Manaus e ex-aliado, Arthur VirgĂlio Neto (PSDB).
No paredĂ£o
Na semana passada, o governo nĂ£o teve opĂ§Ă£o e ajudou a aprovar a PEC que aumenta o orçamento do setor primĂ¡rio em 3%. O projeto foi retirado de pauta, hĂ¡ cerca de trĂªs semanas, a pedido do governo que nĂ£o o considerava favorĂ¡vel ao planejamento do Executivo.
Hoje o governo considera que conta com 12 dos 24 deputados. Ou seja, nĂ£o hĂ¡ mais a maioria simples. E destes hĂ¡ os que fazem uma espĂ©cie de pressĂ£o se ausentando do plenĂ¡rio e se abstendo em determinadas votações. HĂ¡ deputados insatisfeitos com a liderança e outros com o governo.
Amazonino tambĂ©m enfrenta as granadas enviadas a cada entrevista pelo prefeito de Manaus, hĂ¡bil no discurso, com palavras bĂ©licas e depreciativas.
HĂ¡ ainda a força de categorias importantes nas ruas, a falta de unidade no secretariado e de uma equipe que gerencie as crises e oriente nos deslocamentos, conforme ficou demonstrado na ida do governador a Parintins e Boa Vista do Ramos, onde foi hostilizado.
Por este Ă¢ngulo, nĂ£o existe estratĂ©gia de marketing que vença o contexto conturbado do governo.
Fogo cruzado
Com os policiais, o governo negociou, mas sĂ³ depois de sofrer um desgaste e o constrangimento de que as entidades sindicais tem maior ascendĂªncia na corporaĂ§Ă£o que o comando oficial.
Portanto, mesmo cedendo ao final os louros ficaram nas mĂ£os dos lĂderes do movimento grevista que avaliam a possibilidade de lançar um candidato ao governo.
Na categoria de professores, hĂ¡ a memĂ³ria recente do movimento que tentou garantir a recomposiĂ§Ă£o salarial na LOA. Mas que o governo, com a ajuda da omissĂ£o do presidente da ALE-AM, David Almeida, vetaram.
Por fim, Arthur VirgĂlio, importante apoiador em 2017, começou ofensiva por meio dos meios de comunicaĂ§Ă£o para dizer que Amazonino nĂ£o Ă© confiĂ¡vel e que nada fez por Manaus. Amazonino estĂ¡ no meio de fogo cruzado.
E o David?Â
David, por outro lado, tenta manter-se com pauta positiva e que dĂªem a imprensĂ£o cada vez mais clara de que ele Ă© candidato ao governo e competitivo, apesar de ainda nĂ£o ter resolvido plenamente sua aliança com Rebecca Garcia, que aparece nas pesquisas e que tambĂ©m quer disputar o cargo.
O Ă¡pice disso foi o ato de filiaĂ§Ă£o com mais de dez representantes de partidos o prestigiando. No entanto, tanto ele quanto o PSB tem consciĂªncia que, a essa altura do campeonato, especialmente para os “novos nomes”, nĂ£o hĂ¡ palanque fechado.
Foto: BNC