O candidato à reeleição a governador Amazonino Mendes (PDT) centrou em David Almeida (PSB), um dos seus oponentes nestas eleições, as críticas mais ácidas na entrevista ao vivo que concedeu ao programa “Manhã de Notícias”, de Ronaldo Tiradentes, na rede de rádio e TV na manhã desta segunda, dia 27.
Tudo começou quando o entrevistador disse a Amazonino que havia recebido naquele momento uma mensagem de rede social do vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Abdala Fraxe (Podemos), corrigindo informação dada pelo entrevistado sobre seu projeto de retirada de crédito presumido da Petrobrás da ordem de R$ 200 milhões/ano. “Ele [David, presidente da ALE] engavetou”, disse Amazonino.
Amazonino disse que o estado tem prejuízo “com essa posição do presidente da Assembleia junto ao governo” porque a oposição é ao povo, e não a ele.
Segundo o governador, “essa falácia, essa mentira, esse engodo” representa bem o que são os atuais dirigentes da Assembleia.
“Diz muito bem da forma de ação política de um grupo que está aí incrustado, que passou acidentalmente pelo governo, gostou, como se fosse um clubinho”, afirmou.
A referência de Amazonino era sobre o governo interino de David Almeida, de cinco meses (maio a outubro de 2017), depois que o presidente da Assembleia assumiu o Executivo com a cassação do mandato de José Melo (Pros) e seu vice Henrique Oliveira (SD).
A mensagem do vice-presidente Fraxe serviu para Amazonino dizer que usou o episódio para dizer que a Assembleia Legislativa não pode ser dirigida desse jeito, “fazendo oposição ao povo”.
Saúde Segundo o governador, ainda está pagando dívida na saúde porque o que lhe antecedeu [David] passou cinco meses no governo e “não pagou uma cooperativa”. Amazonino disse que hoje o setor está assentado sobre cooperativas.
No BNC Sabatina de 15 de agosto, David atribuiu a falta de remédio nos hospitais porque “há 500 dispensas de licitação. Iam comprar um livro por cinquenta reais que custa dois reais e 28 centavos”.
Uso da máquina Ao ser questionado por Tiradentes sobre o uso da máquina pública com dispensa de licitação em centenas de contratos, apontada por seus adversários, Amazonino reagiu devolvendo a pergunta:
“Eu quero saber primeiro qual é o uso da máquina, qual foi a acusação?”.
Tiradentes respondeu: ‘Entrega de implementos [agrícolas]…”.
Amazonino então disse que sempre fez isso a vida toda. E disse que já havia um programa deixado pelo ex-governador Melo para a entrega desses implementos, “com outro nome diferente, mas o mesmo programa. A lei agasalha”.
Disse que não usa máquina pública, e sim, suor, trabalho. “Não uso papo, enrolação”.
Fechando a artilharia, Amazonino disse que é muito fácil enfrentar uma eleição atrás de uma rádio, de uma televisão, ou fazendo onda em rede social, fazendo crítica de todo jeito, “sem mostrar competência e capacidade reais para enfrentar os problemas”.
Dispensa de licitação “Que dispensa de licitação?”, reagiu Amazonino ao ser lembrado da questão. Sem responder, emendou:
“Meu amigo, só dispensa de uma licitação do governo do David foi de R$ 5 bilhões, rapaz, e ninguém faz nada! Ele dispensou R$ 5 bilhões numa licitação. Eu fiz em dez meses”, afirmou.
A referência de Amazonino era a ato da gestão de David Almeida no governo, que contratou empresa para recuperar R$ 27 bilhões em ativos do setor de habitação, serviço para o qual seriam pagados R$ 5 bilhões. Segundo David, o negócio não se concretizou e o governo atual tenta trocar a empresa na execução do serviço.
“O que aconteceu é que agora chamaram a empresa e quiseram desfazer o combinado. Mas, a empresa quer o combinado caso esse dinheiro venha a ser recuperado”, disse David ao BNC Sabatina em 15 de agosto.
Veja a entrevista no Facebook da TV Tiradentes , na íntegra (do minuto 22 ao 51):
Foto: Reprodução/TV Tiradentes