Por Rosiene Carvalho , da Redação
A base aliada que o governador Amazonino Mendes (PEN) tem neste início de governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) é a menor da história desde que os chefes do executivos chegaram ao poder pelo voto, em 1983.
Nesta quinta-feira, dia 5, pelo líder do seu governo na ALE-AM, o deputado estadual Dermilson Chagas (PEN) informou que a base do governador recém-empossado é de 13 deputados de um total de 24 parlamentares.
A expectativa é que o número aumente. Afinal, não se pode ignorar a capacidade da ALE-AM em ser governista, mas o número chama a atenção.
Nenhum dos últimos governadores começou a gestão sem ter, pelo menos, 20 parlamentares certos na defesa do Governo, além do alinhamento com o presidente da Casa.
Dos governos anteriores de Amazonino aos de Eduardo Braga (PMDB), a única oposição foi Eron Bezerra (PCdoB) com algumas participações especiais. Depois que Eron virou governo, restou Liberman Moreno na oposição a Braga.
No Governo Omar Aziz (PSD), o próprio governador, em uma das primeiras entrevistas após tomar posse do cargo, analisou com tranquilidade a relação que teria com o Legislativo.
Eram apenas três deputados na oposição a Omar: Marcelo Ramos (PR), José Ricardo (PT) e Luiz Castro (Rede). E não havia exatamente um radicalismo homogêneo na oposição.
Como resultado de reunir a maioria esmagadora, os governos anteriores conseguiram abafar qualquer critica da oposição, tentativas de CPIs, obstáculos a votações importantes ou mesmo debates mais profundos sobre projetos de lei propostos pelo Executivo.
Para se ter ideia das dores de cabeça que contar com metade da ALE-AM na base pode causar, o governador cassado José Melo (Prós), que fez um governo fraco e mal avaliado, com uma base maior sofreu enxaquecas na relação com a Casa.
A cada votação polêmica, havia muita negociação e críticas de deputados da base em público. Melo, em vários momentos, teve que ceder e engolir exigências dos deputados quando precisou aprovar matérias de interesse do governo.
Foi num desses momentos que José Melo teve que engolir o orçamento impositivo e na sequência aceitar o aumento do valor dessa verba, em meio a planejamento de corte de custos. Portanto, 13 é pouco.
Emendas à Constituição, por exemplo, precisam de três quintos dos deputados. Ou seja, 14 votos. Mais que isso. Ter uma base reduzida leva a uma gangorra de riscos ao Governo a cada votação. Situações raras no legislativo estadual.
O governador Amazonino enfrentou, para tomar posse do governo, uma guerra com parte dos deputados, que resistiram até onde puderam para adiar a data, e o posicionamento indiferente à situação de outra parte deles.
O atual governador não fez questão de abrir diálogo quando pode, preferindo o caminho jurídico. Um governo que tem como lema “arrumar a casa em 12 meses” terá que arrumar, primeiro, outras estratégias para aprovar medidas necessárias na ALE-AM, sobretudo quando se considera que o ano de 2018 é eleitoral.
Foto: Divulgação ALE-AM