Arthur diz que é grave saída da Petrobrás do AM e pede negociação do governo

Prefeito de Manaus avalia as consequências para a economia e o meio ambiente

Prefeito de Manaus

Israel Conte

Publicado em: 28/06/2020 às 17:30 | Atualizado em: 29/06/2020 às 08:27

O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) avaliou como grave a saída da Petrobrás do Amazonas.

Na opinião do prefeito, o governo do estado precisa reunir com a cúpula da estatal e encontrar uma solução viável para a permanência na região.

A Petrobrás anunciou na última sexta-feira, dia 26, que vai vender todos os seus campos de petróleo na bacia do rio Solimões. São sete concessões de produção terrestres que ficam nos municípios de Tefé e Coari. 

“É muito grave para o Amazonas uma saída dessas em meio a uma economia enfraquecida pela qual estamos passando”, disse Arthur, que ressalta a necessidade de diálogo entre a petroleira e o governo do estado.

“A Petrobras é uma das maiores empresas do Brasil, ou até da América Latina, e não pode sair da região mais fundamental para o país. Acredito que tem de haver um diálogo entre a cúpula da petroleira com a cúpula do governo do Estado, para uma negociação viável para os dois lados”, afirmou.

 

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Em vídeo publicado em suas redes sociais, o prefeito de Manaus destacou a importância da geração de empregos que a empresa proporciona na região do interior do Amazonas, e a consequente preservação do meio ambiente.

“Ela [Petrobrás] ajuda a preservar a Floresta Amazônica em pé, está presente em uma área de mais de 350 quilômetros quadrados, por todas essas razões não podemos ver como inimigos e sim procurar manter como uma parceira permanente para eu nunca mais pense em sair do Amazonas, que tem uma grande perspectiva de futuro. Sair daqui não me parece uma ideia muito inteligente”, completou Arthur Neto.

Competitividade

Tornar o mercado de gás mais competitivo na região seria uma das alternativas para abrir um diálogo com a petroleira para continuar investindo em terras do Amazonas, mas o governo estadual vetou o Projeto de Lei nº 153/2020, que tinha como proposta regular o mercado de gás no Amazonas.

 

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“A Petrobrás era uma empresa paquidérmica e, no primeiro momento, tomou um susto com a quebra do monopólio do petróleo, eu votei a favor do fim, pois acho o monopólio um vício que deturpa e torna preguiçoso. Depois disso, o desempenho da empresa melhorou. Acredito que uma abertura possa dar, ainda, mais gás à Zona Franca de Manaus, que perdeu este ano 46% do seu faturamento em relação ao ano passado em seus polos. É muito grave para o Amazonas a saída da Petrobrás, perder os investimentos em Urucu em um momento de economia combalida, é o pior para o nosso Estado, uma situação que nos esvazia”, completa o prefeito.

E reforça, mais uma vez, que o diálogo entre a empresa e o governo é o melhor para o povo do Amazonas.

“Tem que buscar um  entendimento para que os dois possam lucrar, explorando de forma sustentável a região mais promissora do Brasil”, finalizou Virgílio.

 

Foto: Divulgação/Semcom