Até aqui, só frustração nas entrevistas do massacre

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 04/01/2017 às 18:41 | Atualizado em: 04/01/2017 às 19:29
O setor de comunicação da Segurança Pública do Amazonas ainda não acertou a mão na hora de passar à imprensa as informações da crise do sistema prisional. Além de não ter suas perguntas respondidas por completo, os repórteres saem das entrevistas coletivas com o sentimento de frustração.
Na de ontem, a assessoria da SSP-AM se postou ao lado da autoridade e atrapalhou mais do que ajudou. Na entrevista desta quarta, o assessor escalado pelo governo tentou encerrar antes que as perguntas tivessem sido respondidas.
Acrescente-se a isso que as autoridades até aqui escaladas para falar com a imprensa aparentaram não ter as informações suficientes para dar, como aconteceu nesta quarta, no CICC:
– A Seap (administradora dos presídios) não soube explicar a ausência de esclarecimentos e de representantes da empresa que contratou para cuidar dos presos, a Umanizzare;
– O porta-voz da Seap não tinha informação sobre a atual população carcerária. Sua preocupação foi só de dizer que qualquer outra informação diferente das que estava passando ali não era confiável;
– “O sistema hoje está tranquilo e monitorado”, disse Rebelo sobre a situação dos presos transferidos para o desativado presídio da Vidal Pessoa, no Centro. Segundo ele, os cerca de 200 detentos estão divididos em celas, refutando a informação não oficial de que estariam em salas onde antes funcionava a enfermaria;
– Rebelo contrariou o que disse o titular da Seap, Pedro Florêncio, de que os presos do PCC iriam ser isolados na Vidal Pessoa. Segundo o subsecretário, para lá foram quem estava ameaçado de morte. E só foi quem quis ir;
– O secretário da Seap disse que o homicida Jimmy Robert não está entre os mortos. A imprensa noticiou hoje que sim. Na lista oficial de 14 nomes, divulgada hoje, o dele não está, assim como o do ex-policial Moacir Jorge, o Moa, dado como morto no noticiário;
– Para o representante do CICC, coronel Oliveira Filho, o plano de contingenciamento (após a tragédia e fuga) “funcionou”. Perguntado sobre o porquê de ele ver a questão desse jeito, diante do fato chocante, respondeu que a ação evitou a morte e a fuga de todos os presos. “Estávamos prontos para atuar e atuamos”;
– O delegado Geraldo Elói corroborou a opinião: “O trabalho foi bem feito”.
Veja a entrevista completa na transmissão do BNC Play:
https://youtu.be/07zfhk4dVi4
Foto: BNC