Representantes dos três poderes estiveram reunidos, nesta segunda-feira, dia 9, para discutir soluções para problemas do sistema penitenciário do Estado. No encontro, o governador José Melo (Pros), apresentou as medidas que o Estado adota desde o início da crise carcerária e ouviu as sugestões para melhorias no sistema. O grupo deve voltar a se reunir em um mês.
A reunião aconteceu na sede do Governo do Estado, zona Oeste da capital. Do governo, participaram os secretários de Segurança Pública, Sérgio Fontes, de Administração Penitenciária, Pedro Florência, a Procuradora-Geral do Estado, Heloysa Simonetti, e o chefe da Casa Civil, José Alves Pacífico.
Durante a reunião, Melo destacou as ações emergenciais adotadas pelo governo estadual. O Governo do Amazonas mantém um Comitê de Gerenciamento da Crise no Sistema Penitenciário, com liderança da SSP e Seap.
O secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, relembrou que desde o ano passado o governo estava monitorando as ameaças de fugas e rebeliões nos presídios de Manaus. “O governo tem se preocupado com essa questão desde outubro, com a possibilidade de haver convulsões por conta dos presos da operação La Muralha. Essa atividade colegiada nossa é antiga. Mas agora, com a crise, essa atividade teve que subir níveis”, enfatizou Fontes.
Dos demais poderes, fizeram parte o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Flávio Pascarelli, além dos chefes do Ministério Público Federal no Amazonas, da Polícia Federal, da Defensoria Pública do Estado e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e da Assembleia Legislativa.
“A questão penitenciária hoje é muito mais complexa do que anos atrás e seja talvez a ponta mais complexa do nível da segurança pública, porque hoje essas duas questões precisam ser combatidas em conjunto”, disse o procurador chefe do MPF, Edmilson Barreiros.
Massacre
Desde o dia 1° o Amazonas enfrenta uma grave crise penitenciária com 64 mortos no total sendo 56 presos mortos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), quatro da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), e mais quatro mortes na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa. O massacre nos presídios do Amazonas foi destaque negativo na mídia internacional levando a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Papa Francisco a se manifestarem.
Além dos mortos, há também fugitivos do Compaj e do Instituto Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Ao todo a polícia do Amazonas recuperou, até as 15h desta segunda-feira, apenas 70 dos 184 presos que fugiram.
*Com informações da Assessoria
Foto: Bruno Zanardo / SECOM